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Colunista convidado – Mário Marinho, jornalista
Toda criança brincou de barquinho e de trenzinho.
O barquinho era de papel e muito usado nas enxurradas ou nas pequenas poças das águas de chuva.
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Já os trenzinhos eram um pouco mais sofisticados.
Quem ganhava um trenzinho movido a pilha era o herói do pedaço.
Foi assim sem ter brincado de trenzinho quando criança, que o então presidente Sarney, em 1987, resolveu que iria construir a ferrovia Norte-Sul.
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No seu sonho de criança emburrada, a ferrovia teria cerca de 4.500 quilômetros. Hoje, quase trinta anos depois e após os presidentes Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma e a ferrovia tem pouco mais de 700 quilômetros.
Lula não quis saber de trenzinho, mas, como nasceu em território seco, sonhou com água e barquinhos.
Assim, Lula arregaçou as mangas e mandou que fosse feita a transposição do Rio São Francisco.
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A obra, orçada em R$ 4 bilhões está hoje com gastos previstos em torno de R$ 8 bilhões e sem prazo de entrega.
Agora, as notícias dão conta que dona Dilma, a Dama Reclusa, também quer brincar de trenzinho.
Na campanha presidencial de 2010, ela prometeu o trem bala que ligaria Campinas ao Rio de Janeiro em pouco mais de três horas.
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Hoje ninguém mais fala nisso.
Agora, vem ela com a história de uma mega linha ferroviária que vai ligar o Rio de Janeiro ao Peru. Começará no Rio, passará por Minas, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre até o Peru.
O custo estimado é de módicos R$ 30 bilhões e contará com ajuda financeira da China.
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Quem viver, verá.