Educacionais afundam 10%, Vale desaba e BR Properties sobe 7% com OPA

Confira os principais destaques da Bovespa nesta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – A quinta-feira (26) é marcada pela forte queda das ações das educacionais, seguidas pela Vale, que caía próxima a 5% depois da divulgação do balanço do 4° trimestre. Outra empresa “peso pesado” da Bolsa que mostrava queda hoje após resultado era a Ambev, mas uma variação bem mais amena. Já a Petrobras tentou esboçar alta durante a manhã após forte queda ontem com o corte do rating pela Moody’s, mas perdeu força e caminha no campo negativo. Nas altas, o destaque ficava com a BR Properties, que subia forte após anúncio de OPA por uma fundo do BTG Pactual. Confira os principais destaques desta sessão, segundo cotação das 14h30 (horário de Brasília):  

Vale (VALE3, R$ 21,35, -3,57%; VALE5, R$ 18,46, -3,55%)
A Vale informou nesta manhã que registrou prejuízo líquido de R$ 4,761 bilhões no quatro trimestre de 2014 ante prejuízo de R$ 14,867 bilhões no mesmo período de 2013. Segundo a XP Investimentos, apesar do bom desempenho de receitas, mesmo se desconsiderarmos os custos e despesas não-recorrentes, o resultado da Vale do quarto trimestre foi abaixo do esperado. “Apesar da companhia ter alcançado produção recorde em suas principais frentes, a deterioração do preço das commodities pesou nos resultados”, disse a Concórdia. Em minério de ferro, o preço médio realizado ficou em US$ 61,57 no trimestre, queda de 48,2% em relação ao quarto trimestre de 2013. Os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 12,95, -5,68%), holding que detém participação na mineradora, acompanhavam o movimento. 

Em teleconferência, o diretor-executivo de finanças e relações com investidores da empresa, Luciano Siani, admitiu nesta quinta-feira que o ano de 2014 para a Vale foi muito difícil devido a queda do preço do minério de ferro. Mas, ao mesmo tempo, foi um período que mostrou a capacidade da Vale de se adaptar a esse cenário. 

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Petrobras (PETR3, R$ 9,20, -1,08%; PETR4, R$ 9,26, -1,28%)
Depois de subirem mais de 1% na abertura, as ações da Petrobras perderam força e viraram para queda, ainda digerindo o anúncio do corte de rating pela Moody’s. Ontem à noite, a Petrobras disse que trabalhará para preservar o caixa e redução da alavancagem. A estatal afirmou ainda que está trabalhando no aprimoramento de seus controles internos e voltou a afirmar que não possui cláusulas restritivas de empréstimos (covenants) relacionados ao rebaixamento de rating ou à perda do grau de investimento. Segundo uma reportagem da Bloomberg, o conselho da Petrobras se reúne na 6ª para discutir baixas contábeis. 

Nesta manhã, a empresa reforçou que trabalha para a divulgação dos seus resultados de 2014 “o mais brevemente possível”. A companhia fará amanhã uma reunião com seu conselho de administração, mas aproveitou para afirmar que não irá discutir sobre uso de parte das reservas internacionais de US$ 380,5 bilhões para compra de ações pelo governo. Segundo a companhia, o principal tema da reunião será a conclusão das negociações com a auditoria PwC para fechar um novo contrato da auditoria do balanço financeiro para 2015 e 2016. O contrato teve vigência até o fim do ano passado.

Educacionais
Os papéis do setor de educação afundam hoje após disparada na Bolsa nos últimos dias em meio às notícias de que o Ministério da Educação tinha recuado sobre ajustes no Fies (programa de financiamento estudantil) anunciados no final do ano passado e que provocaram forte derrocada dessas ações na Bolsa. Lideravam as perdas do Ibovespa nesta tarde os papéis da Kroton (KROT3, R$ 11,48, -10,10%) e Estácio (ESTC3, R$ 20,25, -10,0%). Fora do índice, caía forte as ações da Anima (ANIM3, R$ 22,10, -8,60%) e Ser Educacional (SEER3, R$ 13,74, -10,08%). Analistas de mercado não souberam dizer o motivo da derrocada das ações hoje. 

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BR Properties (BRPR3, R$ 11,48, +7,39%) 
As ações da BR Properties sobem forte hoje após o fundo Bridge, do BTG Pactual (BBTG11), anunciar que quer fazer uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) pelas ações da empresa de até a totalidade do seu capital social, sendo que, após a conclusão da oferta, o ofertante deverá deter uma participação mínima de 85% das ações de emissão da empresa. O valor proposto é de R$ 12 por ação. Naturalmente, as ações da companhia convergem hoje para esse valor.

Braskem (BRKM5, R$ 12,99, +1,96%)
As ações da Braskem lideram os ganhos do Ibovespa nesta manhã em meio à notícia de que a companhia e a Petrobras devem firmar aditivo para contrato de fornecimento de nafta, que expirou em fevereiro do ano passado e vem sendo prorrogado desde então, informou o Valor. A Petrobras fornece 70% das 10 milhões de toneladas de nafta consumidas pela Braskem, que pode movimentar mais de R$ 10 bilhões por ano. 

Ultrapar (UGPA3, R$ 59,00, +0,70%)
As ações da Ultrapar atingem máxima do intraday de novembro de 2013 nesta sessão após divulgação do balanço. A companhia, dona dos postos Ipiranga, teve lucro líquido de 371,8 milhões de reais no quarto trimestre, praticamente estável frente ao mesmo trimestre de 2013, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira, que trouxe previsão de investimento quase 30 por cento menor pelo grupo neste ano sobre 2014. 

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Ambev (ABEV3, R$ 18,24, -0,33%)
A companhia divulgou nesta manhã seu resultado do quarto trimestre, mostrando recuo de 3,1% no lucro do período, na comparação anual, para R$ 4,54 bilhões. Segundo a XP Investimentos, os números vieram em linha. Para os analistas, a empresa está mostrando menor crescimento, porém vem elevando o pagamento de dividendos, devido ao menor capex (investimentos em bens de capital) e a forte geração de caixa. 

Além do balanço, a companhia também aprovou programa de recompra de ações que será feito mediante débito das contas de reserva de capital da empresa até o total de R$ 850 milhões, mostrou ata de reunião divulgada no fim da quarta-feira. O programa vai vigorar nos próximos 240 dias, com vencimento em 23 de outubro de 2015. 

BR Insurance (BRIN3, R$ 2,87, +14,80%)
As ações da BR Insurance disparam nesta sessão. Analistas de mercado não souberam apontar o motivo da alta. No dia 15 de fevereiro, os papéis da companhia fecharam no menor patamar da história. De lá para cá, já subiram 62,5%.  

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Log-In (LOGN3, R$ 3,39, +0,29%)
A Log-In contratou a BR Partners para injeção de cerca de R$ 100 milhões, diz a Exame sem citar como obteve a informação. Procuradas, as companhias não comentaram o assunto.  

Sabesp (SBSP3, R$ 16,62, +0,06%)
O sistema Cantareira, da Sabesp, teve um aumento de 0,3% na quarta-feira depois de fortes chuvas e começa quinta a 11,1% da capacidade – recuperando toda a segunda cota do volume morto. Essa foi a 21ª alta consecutiva nos reservatórios que compõem o sistema, segundo dados da Sabesp.  

CPFL Energia (CPFE3, R$ 18,92, +1,45%)
A CPFL Energia vai investir R$ 400 milhões para reforçar o sistema do Rio Grande do Sul e São Paulo.