Kiev sofre ataques de mísseis após promessa aliada de envio de tanques pesados

Explosões na capital ucraniana mataram ao menos uma pessoa, um dia depois de Alemanha e EUA confirmarem envio de equipamentos modernos

Roberto de Lira

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Um dia depois de a Alemanha e os Estados Unidos atenderem aos apelos da Ucrânia e prometerem enviar tanques pesados para o conflito contra a Rússia, a capital ucraniana Kiev sofreu nesta quinta-feira (26) uma série de ataques de mísseis que causou ao menos uma morte, informaram autoridades do país.

Ontem, após longas negociações, o chanceler alemão Olaf Scholz confirmou o envio de 14 tanques do tipo Leopard 2 para o país aliado – ele já havia liberado outros países para reexportar esses equipamentos de fabricação alemã. Logo depois, o presidente americano Joe Biden disse que estava autorizando o envio de 31 tanques Abrams M1.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que Moscou vê o envio desses equipamentos pesados para a Ucrânia como “envolvimento direto no conflito”. Em sua teleconferência diária, Peskov disse aos jornalistas que discorda categoricamente dos comunicados oficiais de que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de que a ajuda militar não é uma ação direta.

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“Em Moscou, tudo o que a Aliança e as capitais que mencionei estão fazendo é percebido como envolvimento direto no conflito. Vemos que está crescendo”, alertou.

Em Kiev, que acordou hoje ao som de explosões perto da principal estação ferroviária, as pessoas correram para porões e bunkers em busca de proteção. A força aérea ucraniana disse que também interrompeu com sucesso um ataque de drone durante a noite.

Em Odessa, o porto da região do Mar Negro, novos ataques com mísseis russos danificaram a infraestrutura de energia, disse a administração militar distrital.

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Segundo agências internacionais, espera-se agora que ambos os lados do conflito montem novas ofensivas terrestres na primavera. A Ucrânia aguarda a chegada rápida dos tanques mais modernos na esperança de usá-los para romper as linhas defensivas russas e recapturar territórios ocupados no sul e no leste do país. Até agora, tanto a Ucrânia quanto a Rússia utilizam principalmente tanques T-72, da era soviética.

Em seu discurso diário em vídeo, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que a chave agora é a velocidade da entrega e o volume dos equipamentos prometidos. “Velocidade no treinamento de nossas forças, velocidade no fornecimento de tanques para a Ucrânia e os números do apoio de tanques”, declarou.

Ele também reforçou os pedidos de caças de longo alcance para os países aliados, mas esse tipo de promessa encontra ainda mais resistência por parte dos aliados do que no caso dos tanques, cujas negociações demoraram meses.