Crescimento dos próximos anos pode ser forte e puxar Bolsa para cima, diz gestor

"Tudo depende da dinâmica da reforma da Previdência. É isso que vai proporcionar um crescimento forte", diz Gustavo Constantino, sócio da Távola Capital  

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – O Brasil pode ter anos de forte crescimento da economia, o que tende a impactar de forma positiva o preço dos ativos listados em Bolsa. Para Gustavo Constantino, sócio da Távola Capital (antiga Fides Asset Management), a principal condição para que isso aconteça é a aprovação de uma reforma da Previdência robusta, que passe confiança ao mercado e aos investidores.

“Tudo depende da dinâmica da reforma. É isso que vai proporcionar um crescimento forte, por pelo menos os próximos quatro anos”, afirmou Constantino em entrevista ao InfoMoney.

A alta da Bolsa nos últimos meses – desde setembro o Ibovespa valorizou 30% – e o preço de atual de algumas ações faz com que algumas pessoas se questionem se os ativos estão caros no país. “O mercado às vezes quer simplificar a análise para ter uma opinião quantitativa. Projetar o lucro das empresas em um ano, por exemplo, pode dar a entender que os ativos estão caros. Mas ao olhar para os próximos quatro anos temos resultados mais assertivos”, afirma.

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Segundo ele, existem riscos (principalmente políticos) ao longo dos próximos anos, mas a tendência é que o mercado acionário reflita esse provável crescimento da economia. “Pode ter algum ruído no caminho, mas achamos que a direção é muito boa. Os ativos refletem a expectativa, então não há como saber se serão anos de alta na Bolsa ou se ela será concentrada em algum período”, explica.

Para o gestor, um dos gatilhos para o crescimento da economia é a ociosidade na capacidade das empresas. “Isso faz com que haja espaço para o país crescer alguns anos sem gerar inflação e mantendo o juro baixo, o que tende a atrair o investidor estrangeiro”, disse.

A equipe da Távola segue otimista com as mudanças que já aconteceram nos primeiros meses de mandado do presidente Jair Bolsonaro. “Estamos bem construtivos. É a primeira vez que vemos um governo de fato liberal. Além do Paulo Guedes [Ministro da Economia], a equipe econômica é muito capacitada e tem a filosofia correta. Isso é muito transformador para o país”, afirma.

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Mudança de nome

A Fides Asset Management mudou o nome para Távola Capital este mês. A logomarca da gestora também foi alterada. De acordo com Constantino, a ideia era consolidar um ciclo de mudanças na empresa que aconteceram nos últimos anos, com entrada de novos sócios e reestruturação da equipe – da fundação da Fides,em 2002, nenhum sócio permaneceu. “Temos uma equipe estruturada e alinhada com nossas crenças e cultura”, diz o gestor.

Os fundos também vão mudar de nome – passarão a se chamar Távola Absoluto FIM, Távola Absoluto FIA, e Távola Long & Short Plus FIM. Abra uma conta gratuita na XP e invista nos fundos. 

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Os dois primeiros são fundos long biased e têm estratégias idênticas – investir em ações com posições compradas e/ou vendidas, sempre analisando os detalhes de cada empresa, mas também avaliando todo o cenário macro em que ela está inserida. O benchmark é IPCA + 6% ao ano.

Nos últimos 12 meses o Absoluto FIM rendeu 36,4%, contra 10,06% do benchmark (IPCA+6%). Desde o início, em 03/10/2014, o fundo acumula alta de 173,95%.Já o Absoluto FIA valorizou 35,54% em 12 meses e 40,05% desde o início (27/12/2017).

O fundo Long & Short procura obter ganhos acima do CDI com posições compradas e vendidas, e normalmente tem uma exposição líquida entre -10% e +10%. Desde junho de 2016 o fundo tem alta de 34,72%, equivalente a 127,9% do CDI.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip