Gestor vê “grande oportunidade” para ganhar com possível queda dos juros

A explicação é que a queda da Selic será necessária para que o governo busque o centro da meta da inflação

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – O mercado de juros brasileiro pode reservar uma boa oportunidade de ganhos, na opinião de Rodrigo Galindo, sócio e gestor da Novus Capital. Na análise da gestora, a Selic deve cair 100 pontos base até o final do ano, para 5,5% ao ano. Por isso, o fundo macro da casa decidiu montar uma posição em opções de contratos futuros de juros que aposta nesta queda.

“Se os juros realmente caírem, teremos um ganho significativo. Caso isso não aconteça, nós perderemos muito pouco. Achamos que é a grande oportunidade da renda fixa este ano”, disse Galindo ao InfoMoney.

A visão da Novus para o juros é diferente da maioria do mercado financeiro. Os analistas ouvidos para elaboração do Relatório Focus estimam que a Selic seja mantida em 6,5% até o final do ano.

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A explicação de Galindo é que a queda da taxa será necessária para que o governo busque o centro da meta da inflação. Isso porque com a Selic no patamar atual, o IPCA tem oscilado abaixo dos 4% ao ano – a previsão para 2019 é de 3,87%. “A inflação está muito bem comportada. O objetivo são os 4,25% a.a”, afirmou.

Para ele, o ciclo de corte de juros deve começar no segundo semestre, assim que a reforma da Previdência for votada no Congresso. A expectativa é que sejam feitos quatro cortes até dezembro, de 0,25 ponto percentual cada um.

A Novus Capital surgiu após a fusão entre as gestoras Flag Asset e Modal, em setembro de 2018. Além de fundos multimercado macro, eles também têm um fundo dedicado apenas ao mercado de ações. Nestes seis meses, o Novus Capital Macro acumula alta de 9,3%, equivalente a 290% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) no mesmo período. O fundo está disponível para aplicações na plataforma de investimentos da XP.

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Bolsa também tem oportunidade
Na média, a carteira do fundo macro fica dividida de maneira quase igual entre renda fixa, ações e ativos internacionais – um terço para cada um. Mas no momento a exposição maior está em Bolsa.

A Novus segue a linha de análise Top Down, em que a escolha dos ativos é baseada primeiro em um cenário macroeconômico e setorial. “Depois que avaliamos o macro, decidimos quais ações vamos comprar”, afirma.

Para eles, o Brasil vive um momento econômico peculiar. Tanto famílias quanto empresas fizeram os ajustes necessários nos últimos anos para encarar a crise que se instalou por aqui.

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 A austeridade nos lares refletiu em números mais comportados de inadimplência. “Os brasileiros mudaram o estilo de vida. Agora há uma propensão para abertura do crédito. E será um crédito mais saudável”, afirma.

Na parte corporativa, muitas empresas já fizeram seus ajustes e estavam operando abaixo da capacidade instalada por falta de demanda. `A medida que ela volta a aumentar, a tendência é que a receita se transforme em lucro rapidamente. “Isso é uma mola propulsora para mais investimentos”, diz Galindo.

No momento, as apostas da gestora estão mais voltadas para empresas cíclicas e bancos. As principais posições da carteira de ações estão em Petrobras e Vale. “Achamos que a China vai começar a responder aos estímulos que foram feitos no primeiro bimestre. Isso deve refletir positivamente nos Estados Unidos e na Europa. Petrobras e Vale são bons papéis para aproveitar este ‘repique’”, afirma o gestor.

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A confiança na retomada do crédito e na queda da inadimplência faz com que o fundo também invista em papéis como Itaú e Banco do Brasil.

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Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip