Ifix acompanha mercado e fecha em alta de 0,06%

O fundo Brazilian Graveyard and Death Care (CARE11) foi o destaque do dia, com alta de 8,32%

Mariana Segala Katherine Rivas

Ilustração sobre casa

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Ifix – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na B3- acompanhou o mercado na sessão desta terça-feira (24). O indicador fechou em alta de 0,06%, aos 2.791 pontos.

O fundo Brazilian Graveyard and Death Care (CARE11) foi o destaque da lista das maiores altas do dia, com elevação de 8,32%. Na contramão, a maior queda foi do XP Selection (XPSF11) que recuou 1,50% nesta sessão.

Confira os destaques de hoje:

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Maiores altas desta terça-feira (24)

Ticker Nome Setor Variação (%)
CARE11 Brazilian Graveyard and Death Care Funerário 8,32%
VINO11 Vinci Offices Lajes Corporativas 2,28%
HCTR11 Hectare CRI 1,38%
MXRF11 Maxi Renda CRI 1,34%
KFOF11 Kinea FoF FII 1,32%

Maiores baixas desta terça-feira (24):

Ticker Nome Setor Variação (%)
XPSF11 XP Selection FII 1,50%
VISC11 Vinci Shopping Centers Shoppings 1,19%
BRCR11 BC FUND Escritório Comercial 1,11%
OUJP11 Ourinvest JPP CRI 1,08%
MALL11 Malls Brasil Plural Shoppings 1,06%

Fonte: B3

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Rendimento de FIIs é 60% superior ao dos imóveis

Os preços de locação de imóveis comerciais avançaram 0,86% em abril de 2022, de acordo com o Índice FipeZap+. A alta mensal não chegou a bater a inflação (o IPCA de abril fechou em 1,06%), mas foi a maior verificada desde dezembro de 2012, quando o índice havia variado 0,88%.

O indicador considera os preços anunciados de novos contratos de aluguel de salas e conjuntos comerciais de até 200 m² em dez grandes cidades brasileiras.

O valor médio do metro quadrado de imóveis comerciais para locação ficou em R$ 38,92. A cidade com o aluguel mais caro é São Paulo, onde o metro quadrado custa, em média, R$ 46,35.

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Apesar da alta, a rentabilidade obtida com os aluguéis ainda é inferior à de outras aplicações financeiras – inclusive os fundos imobiliários.

Considerando a razão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda dos imóveis comerciais, o chamado rental yield (taxa de retorno com aluguel) alcançou 5,65% ao ano em abril, de acordo com o Índice FipeZap+. Os imóveis comerciais, por sua vez, oferecem ainda menos: 4,85% ao ano.

O rental yield pode ser comparado ao dividend yield (taxa de retorno com dividendos) dos fundos imobiliários. O indicador compara o volume de rendimentos mensal distribuídos pelas carteiras com o preço de negociação de suas cotas na Bolsa.

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Atualmente, o dividend yield mediano dos FIIs incluídos no Ifix – índice que acompanha os fundos imobiliários mais negociados na B3 – está em 9,14% ao ano, mais de 60% acima do rental yield dos imóveis comerciais. No fechamento de abril, mesma data do levantamento do Índice Fipezap+, era de 8,93% ao ano. Os dados são da plataforma Economatica.

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O rental yield pode ser maior ou menor de acordo com a cidade avaliada. Os dados da FipeZap indicam que em Salvador o retorno com aluguel comercial é maior que a média, chegando a 7,81% ao ano. Em Campinas (SP), alcança a 6,45% ao ano e em Brasília, a 6,30%.

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Já em outras cidades, o retorno com aluguéis comerciais é bem menos atrativo. O mais baixo, de 4,52% ao ano, é verificado em Curitiba. Em Niterói (RJ) é de 4,87% ao ano e em Florianópolis, de 4,95%.

Da mesma forma, o dividend yield também pode variar bastante entre os fundos imobiliários. Dos FIIs incluídos no Ifix, há alguns que oferecem, atualmente, retorno com dividendos de quase 20% ao ano. Os dividend yields mais baixos estão na casa dos 7% ao ano, ainda assim mais altos do que o retorno com a locação comercial.

Os dados da FipeZap+ indicam que o rental yield médio de salas comerciais, consolidado desde janeiro de 2012, caiu progressivamente até 2018. Desde novembro daquele ano, vem registrando alguma recuperação, porém lenta. Em base mensal, o rental yield atual é de 0,47% ao mês, contra os 0,58% verificados dez anos atrás.

Ao mesmo tempo, os juros básicos da economia subiram, o que tornou aplicações de renda fixa mais atrativas – competindo, inclusive, com os fundos imobiliários também. Atualmente, a Selic está em 12,75% ao ano, e a perspectiva é de que haja uma nova elevação na reunião de junho do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Além de apresentarem rentabilidade superior, os fundos imobiliários têm outras características atrativas para os investidores. Entre as principais estão as vantagens tributárias: os dividendos distribuídos pelos fundos imobiliários são isentos de Imposto de Renda, ao passo que os aluguéis recebidos de um imóvel são tributados.

NSLU11 pode voltar a reter dividendos para pagar dívida com Rede D’Or

O fundo imobiliário Hospital Nossa Senhora de Lourdes (NSLU11) informou que poderá reter os dividendos relativos a abril, caso não consiga concluir uma oferta de cotas até o dia 7 de junho.

A captação de recursos está sendo realizada para que o FII banque uma dívida de cerca de R$ 27 milhões que possui com a Rede D’Or, sua locatária. A empresa questionou na Justiça o valor da locação do imóvel onde funciona o Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, no bairro do Jabaquara, zona sul de São Paulo (SP), que pertence ao NSLU11.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ – SP) recebeu a ação revisional em 2016 e o entendimento inicial, em 2019, fixou o aluguel em R$ 1,460 milhão, uma redução de 16,9% na comparação com o valor então vigente. Como o parecer era provisório, a Rede D’Or seguiu pagando o valor original do aluguel, previsto no contrato, ao longo do restante da tramitação do processo. Em março de 2022, no entanto, o TJ-SP confirmou a decisão e determinou a devolução dos valores pagos a mais.

Segundo o fundo, dos R$ 27 milhões devidos, um total de R$ 18,65 milhões já foi quitado. O FII já cancelou dividendos em meses anteriores pelo mesmo motivo.

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Mariana Segala

Editora-executiva do InfoMoney