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SÃO PAULO – A B3 e a Great Place To Work (GPTW) lançaram nesta terça-feira (19) um novo índice para a bolsa brasileira que terá como base a certificação da consultoria global para as melhores empresas para trabalhar. É o primeiro Índice GPTW no mundo.
Se tivesse sido criado antes, o novo indicador teria superado o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, nos três cenários testados: seis meses, doze meses e três anos.
Período | Índice GPTW | Ibovespa |
6 meses | 2,74% | -1,71% |
12 meses | 19,49% | 16,17% |
3 anos | 57,44% | 27,57% |
De acordo com Luís Kondic, diretor executivo de Produtos e Dados da B3, o novo indicador também ofereceu menor risco do que o benchmark da bolsa. “Desempenho passado não é garantia de ganho futuro, claro. Mas a análise permite mostrar ao mercado que investir no ambiente de trabalho tem gerado resultado positivo”, lembra Kondic.
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Dados da GPTW apontam que funcionários geram 61% mais riqueza per capita para as empresas certificadas pela consultoria. Essas companhias também atraem mais talentos e se tornam até onze vezes mais rentáveis do que a média do setor de atuação.
“As melhores empresas para trabalhar têm os melhores desempenhos do mercado. Olhar para as pessoas impacta nos negócios”, explica Ruy Shiozawa, CEO da GPTW Brasil.
A consultoria monitora em torno de 6 mil empresas e, do total, 4 mil estão desenvolvendo políticas sustentáveis para o ambiente de trabalho. Duas mil já foram certificadas e, dentro do grupo, 150 passam por uma análise criteriosa para formar as 150 melhores empresas para trabalhar.
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A consultoria analisa as práticas realizadas pelas companhias na gestão de pessoas, diversidade e sustentabilidade. Os próprios colaboradores avaliam as ações da empresa. “Essas políticas se transformam no benchmark do mercado. Comunicação mais aberta, transparente e critérios de justiça reconhecidos pelos funcionários”, relata Shiozawa.
Metodologia do Índice GPTW
Para fazer parte do índice, a empresa terá de passar pelo filtro da B3 em relação à liquidez da ação negociada na bolsa. A principal métrica para a análise é o Índice de Negociabilidade, relação do volume financeiro e quantidade de negócios nos últimos doze meses. O ativo também não pode estar cotado abaixo de R$ 1,00 e precisa ter pelo menos um negócio em 95% dos pregões.
Após o crivo da liquidez, o Índice GPTW filtrará as empresas certificadas pela consultoria global. Deste universo, as premiadas entre as 150 melhores terão peso maior no indicador.
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A primeira carteira do novo índice será divulgada em janeiro. O portfólio contará com 33 empresas e será revisado a cada quatro meses. Se uma empresa perder a certificação, ela deixará o índice. “O índice GPTW atenderá a uma nova demanda de investidores preocupados com o impacto social dos negócios”, avalia Kondic.