La Niña ameaça piorar secas e agitar mercados

Fenômeno - que começa quando a atmosfera reage a uma zona mais fria de água sobre o Oceano Pacífico - deve durar pelo menos até fevereiro

Bloomberg

Publicidade

(Bloomberg) — O fenômeno climático La Niña parece ter chegado ao Pacífico equatorial, preparando o terreno para o agravamento das secas na Califórnia e na América do Sul, inverno rigoroso em áreas dos Estados Unidos e Japão e maiores riscos para os já limitados suprimentos de energia e alimentos do mundo.

O fenômeno – que começa quando a atmosfera reage a uma zona mais fria de água sobre o Oceano Pacífico – deve durar pelo menos até fevereiro, disse o Centro de Previsão do Clima dos Estados Unidos na quinta-feira. Há 57% de chance de ser um evento moderado, como o que começou no ano passado, disse o centro. Embora cientistas possam precisar de meses para confirmar se o La Niña retornou definitivamente, todos os sinais indicam que já chegou.

“Estamos vendo tudo o que queremos ver em um La Niña”, disse Michelle L’Heureux, meteorologista do centro, em entrevista. “Estamos bastante confiantes de que o La Niña está aqui.”

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Há meses surgem sinais de que o fenômeno provavelmente estaria se formando, marcando o segundo La Niña consecutivo do mundo. O La Niña — como sua contraparte, El Niño — geralmente atinge o pico no inverno do hemisfério norte, mas seus efeitos podem desencadear consequências em todo o globo.

Seu início nesta temporada pode ter um impacto poderoso sobre os mercados agrícolas que dependem das safras da América do Sul, que enfrentariam condições mais secas, assim como o óleo de palma na Indonésia, onde pode haver aumento das inundações. O frio e as tempestades tendem a predominar no noroeste do Pacífico e nas planícies do norte dos Estados Unidos quando o La Niña chega, o que pressiona os mercados regionais de energia.

Devido ao La Niña, a Califórnia pode ter pouco alívio para a seca atual, o que agravaria a temporada de incêndios florestais. O estado mais populoso dos EUA geralmente recebe a maior parte da água anual das chuvas e da neve entre novembro e abril, um padrão que o La Niña ameaça interromper ao mudar a trajetória das tempestades para o norte. O La Niña provavelmente trará más notícias para os agricultores do sul do Brasil e da Argentina, onde o fenômeno pode causar estiagem, que já atinge a produção de milho, café e soja.

Continua depois da publicidade

Além disso, a temporada de furacões no Atlântico, que já produziu 20 tempestades nomeadas, pode trazer outras por causa do La Niña.

Curso inédito “Os 7 Segredos da Prosperidade” reúne ensinamentos de qualidade de vida e saúde financeira. Faça sua pré-inscrição gratuita.