A fusão Hapvida-Intermédica segundo o gestor mais comprado na tese

Luiz Liuzzi, da Kiron, explica por que o modelo verticalizado e a fusão das maiores operadoras pode dar muito certo.

Renato Santiago

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No último dia 8, as duas grandes operadoras verticalizadas de saúde da Bolsa, Hapvida (HAPV3) e Intermédica (GNDI3), anunciaram que estão discutindo uma fusão que pode criar uma empresa de cerca de R$ 120 bilhões em valor de mercado e com mais de 13 milhões de clientes (algo entre 15% e 18% do mercado brasileiro).

Só para esclarecer: operadoras verticalizadas são as empresas que detêm todos os elos da saúde suplementar, ou seja, ao mesmo tempo que recebem o dinheiro do beneficiário, administram os hospitais e clínicas da rede credenciada.

É um modelo que alinha os incentivos entre quem paga a conta e quem presta o serviço, já que são a mesma empresa. No outro modelo, descentralizado, operadores e prestadores na maioria das vezes têm incentivos opostos: de um lado do balcão uma operadora tentando diminuir custos e um prestador de serviço tentando aumenta a receita. 

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Esse diagnóstico sobre o setor não é meu, aliás. É do Luiz Liuzzi, da Kiron, convidado do Stock Pickers 80, que você pode ouvir clicando no play acima. 

O fundo que Liuzzi gere era o que tinha maior concentração nas ações da Hapvida: 9% antes do anúncio da fusão, cerca de 12% após a notícia — com a divulgação da intenção de fusão, os papéis de HAPV3 subiram 21%, e GNDI3, 30%.

“Não sabia que eles poderiam se juntar, mas sempre achei que faz muito sentido”, disse Liuzzi. “Elas têm complementaridade regional, pois não se cruzam em quase nenhuma região do Brasil. Uma [Hapvida] é líder no Norte e Nordeste e a outra no Sul e Sudeste”, afirma. “Esse modelo enfrenta muito bem a inflação médica, que é um grande problema para a humanidade, justamente alinhando incentivos”, diz Liuzzi. Para o gestor, com a fusão o papel da Hapvida ainda pode crescer 35%. 

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Completou o Marcelo Alemi, que já esteve aqui também em 2019. Alemi é o criador do Monkey Stocks, perfil humorístico sobre a bolsa no Instagram e no Twitter. Toda semana Alemi sorteia ações para compor a sua carteira aleatória, mas diz: “Hoje eu sei muito mais que quando vim aqui antes”, afirma. Mesmo assim, ele continua sorteando os papéis.

A conversa completa está no podcast. É só apertar o play.

Renato Santiago

Renato Santiago é jornalista, coordenador de conteúdo e educação do InfoMoney