Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira

Bolsas da Europa esboçam reação com mais uma vacina aprovada, enquanto Congresso dos EUA aprova pacote de estímulos contra a pandemia

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – As bolsas internacionais esboçam uma reação nesta terça-feira (22), apesar dos investidores ainda apreensivos com a nova cepa do coronavírus. A Comissão Europeia aprovou uma nova vacina na região, com início logo após o Natal, o que ajuda a fazer os índices subirem hoje.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, o dia é misto entre a apreensão com os casos de Covid e a aprovação no Congresso do pacote de estímulo à economia no valor de US$ 900 bilhões.

Além disso, congressistas tanto do Senado quanto da Câmara aprovaram o Orçamento de US$ 1,4 trilhão para financiar o funcionamento do governo até 30 de setembro de 2021. O governo também aprovou uma lei garantindo seus gastos por uma semana, referentes ao período que deve levar até que a legislação orçamentária chegue à mesa do presidente Donald Trump.

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Por aqui, diante do aumento do número de casos de Covid, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a reunião do Centro de Contingência marcada para esta terça poderá definir novas ações visando conter a propagação do vírus. Isso pode incluir medidas mais restritivas de funcionamento de estabelecimentos.

Na noite de ontem foi divulgado que a média móvel de mortes no Brasil em um período de 7 dias foi de 769, alta de 25% frente o patamar registrado 14 dias antes. Apenas em 24 horas encerradas às 20h de segunda foram 769 mortes.

Na política, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos) foi preso na manhã desta terça, em operação conjunta do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Civil.

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Enquanto isso, na área fiscal, o Ministério da Economia prepara um projeto para permitir a cobrança de uma taxa sobre a valorização de imóveis declarados no Imposto de Renda. O objetivo é elevar as receitas públicas. Atualmente, é cobrada uma taxa sobre a valorização do bem no momento da venda.

Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

As bolsas europeias têm altas nesta terça (22), após a Comissão Europeia autorizar um imunizante no bloco europeu, que deve começar a vacinar logo após o Natal. No momento, no entanto, uma nova variante do coronavírus traz apreensão no continente. Os índices americanos oscilam, após a aprovação pelo Congresso de um novo pacote de estímulos junto ao Orçamento que se estende até o final de 2021.

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A Comissão Europeia autorizou, na segunda-feira (21), a vacina desenvolvida em parceria entre as farmacêuticas Pfizer e BioNTech para uso condicional, abrindo caminho para o início da vacinação no bloco, a exemplo do que já vem ocorrendo no Reino Unido e nos Estados Unidos.

A autorização segue o sinal positivo emitido pela Agência Europeia de Medicamentos, que havia recomendado autorização para comercialização condicional do produto para pessoas com 16 anos ou mais.

O índice Eurostoxx sobe 0,85%; o Dax, da Alemanha, sobe 1,03%; o FTSE 100, do Reino Unido, sobe 0,31%; o CAC 40, da França, sobe 0,96%; o FTSE MIB, da Itália, sobe 0,86%.
Em uma declaração conjunta, as farmacêuticas afirmaram que pretendem começar a entregar as doses imediatamente. Em novembro, a Comissão Europeia fechou um acordo garantindo o fornecimento de 200 milhões de doses entre 2020 e 2021, com a opção de obter 100 milhões adicionais.

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Autoridades de vários países da União Europeia, incluindo França, Itália, Áustria e Alemanha, afirmaram que pretendem iniciar as imunizações em 27 de dezembro.

Os ganhos podem ser reduzidos devido a preocupações com a rápida propagação de uma mutação do coronavírus, que foi identificada pela primeira vez no Reino Unido.

A nova variedade contribuiu para que o governo implementasse um lockdown rígido em Londres e em outras partes do Sudeste da Inglaterra, e voltasse atrás nos planos de permitir que membros de lares diferentes se encontrem no feriado de Natal.

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No sábado (19), o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou que análises preliminares de cientistas indicam que a variante é até 70% mais transmissível do que as anteriores. O país vem batendo recordes sucessivos de novos casos de covid.

O patamar mais alto já registrado foi de 35.928 diagnósticos no último domingo (20). O recorde anterior havia sido registrado na quinta-feira (17). Na primeira onda de covid, o país não chegou a registrar mais 5.500 contaminações em um único dia.

A variante já foi identificada também em Itália, Holanda, Bélgica, Dinamarca e Austrália. Diversos países se fecharam para voos vindos do Reino Unido, incluindo França, Holanda, Alemanha, Irlanda, Canadá e Israel.

Além da nova crise dentro da pandemia, Reino Unido e União Europeia tampouco têm avançado nas negociações sobre um novo acordo comercial pós-Brexit. O atual vence em 31 de dezembro.

Na segunda-feira, Johnson voltou a afirmar que é possível que o país não chegue a um acordo antes do prazo. Há meses, os negociadores mantêm um impasse sobre os mesmos temas, como a pesca.

Pelo acordo atual, navios da União Europeia têm acesso à pesca nas águas uns dos outros, o que continua a incluir as águas britânicas -60% da pesca na região é feita por barcos estrangeiros.

Pescadores britânicos foram grandes apoiadores do Brexit, e desejam reforçar seus privilégios sobre as águas do país. Negociadores do Reino Unido defendem reduzir rapidamente o acesso estrangeiro, e negociar o tema anualmente. A União Europeia deseja realizar alterações gradualmente, e passar a realizar negociações mais espaçadas.

Johnson comentou na segunda que: “A posição está inalterada, há problemas (…) É vital que todo mundo entenda que o Reino Unido tem que ser capaz de controlar suas próprias leis completamente, e também que nós temos que ser capazes de controlar nossa pesca”.

Ele acrescentou que “Continua sendo o caso de que aquilo previsto pela Organização Mundial do Comércio seria mais do que satisfatório para o Reino Unido, e nós poderíamos certamente dar conta de quaisquer dificuldades que aparecessem em nosso caminho”.

Dados oficiais indicam que o PIB do Reino Unido cresceu 16% no terceiro trimestre, um recorde. Mas isso não compensa pela queda de 18,8% no trimestre anterior, quando grande parte da economia estava fechada.

Nos Estados Unidos, o Congresso aprovou na segunda-feira à noite, após meses de negociação, um pacote de estímulo à economia no valor de US$ 900 bilhões.

Além disso, congressistas tanto do Senado quanto da Câmara aprovaram o Orçamento de US$ 1,4 trilhão para financiar o funcionamento do governo até 30 de setembro de 2021. O governo também aprovou uma lei garantindo seus gastos por uma semana, referentes ao período que deve levar até que a legislação orçamentária chegue à mesa do presidente Donald Trump.

O índice S&P Futuro sobe 0,04%; o Nasdaq Futuro sobe 0,36%; o Dow Futuro cai 0,15%.

Sem a aprovação do novo Orçamento ou da verba para a próxima semana, o governo entraria em “shutdown”, situação em que apenas serviços considerados essenciais continuariam a funcionar.

O pacote de estímulo inclui um reforço dos benefícios voltados a desempregados, mais benefícios a pequenos negócios, e mais US$ 600 em pagamentos diretos, além de fundos para garantir a distribuição de vacinas contra a covid. Sem o estímulo, 12 milhões de americanos perderiam benefícios voltados a desempregados logo após o Natal.

As bolsas asiáticas têm queda, absorvendo a apreensão quanto à situação da pandemia no Reino Unido e no resto da Europa.
O índice Nikkei, do Japão, fechou com queda de 1,04%; o Hang Seng Index, de Hong Kong, caiu 0,71%; o Kospi, da Coreia do Sul, caiu 1,62%; o Shanghai SE, da China, caiu 1,86%.

Veja abaixo os principais índices às 7h30 (horário de Brasília):

Estados Unidos
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,04%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,36%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,15%

Europa
*Dax (Alemanha), +1,03%%
*FTSE 100 (Reino Unido), +0,31%
*CAC 40 (França), +0,96%
*FTSE MIB (Itália), +0,86%

Ásia
*Nikkei (Japão), -1,04% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong) -0,71% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -1,62% (fechado)
*Shanghai SE (China), -1,86% (fechado)

Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, -1,25%, a US$ 47,37 o barril
*Petróleo Brent, -0,96%, US$ 50,42 o barril
*Bitcoin, US$ 22.714,65, -4,01%
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com queda de 2,96%, cotados a 1113,0 iuanes, equivalente hoje a US$ 170,0 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,55

2. Agenda de indicadores

Às 8h a FGV divulga o índice de Confiança do Consumidor no Brasil, relativo a dezembro. Às 9h, o IBGE divulga dados de inflação medidos pelo IPCA-15, relativo a dezembro.

Às 10h30 são divulgados dados de PIB, índice de preços, consumo pessoal e gastos pessoais referentes ao terceiro trimestre nos Estados Unidos.

Às 12h o think tank Conference Board divulga sua análise sobre a situação atual dos Estados Unidos, relativos a dezembro. Às 12h são divulgados dados sobre a venda de casas já existentes em novembro nos Estados Unidos. Às 12h é divulgado o índice de manufatura do Fed de Richmond, relativo a dezembro.

3. Covid no Brasil

O consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil divulgou, às 20h de segunda, o avanço da pandemia em 24h no país.

A média móvel de mortes em um período de 7 dias foi de 769, alta de 25% frente o patamar registrado 14 dias antes. Apenas em 24 horas encerradas às 20h de segunda foram 769 mortes.

A média móvel de casos confirmados em 7 dias foi de 47.830, alta de 17% frente o patamar de 14 dias antes. Apenas em 24 horas encerradas às 20h de segunda foram 26.871 novos casos.

Em um mês houve aumento de 54% no número de casos positivos no estado de São Paulo. O número de mortes por Covid aumentou 34%. Na segunda, o governador João Doria (PSDB) afirmou que a reunião do Centro de Contingência marcada para esta terça poderá definir novas ações visando conter a propagação do vírus. Isso pode incluir medidas mais restritivas de funcionamento de estabelecimentos.

Atualmente, a classificação das regiões no estado no Plano São Paulo é de fase amarela, a terceira mais restritiva em termos de funcionamento de negócios e mobilidade da população. A classificação é definida a partir de indicadores como propagação do vírus e capacidade de UTIs.

Mas, segundo o jornal Folha de São Paulo, os índices referentes ao dia 17 já indicavam que o estado deveria ser classificado em fase laranja, a segunda mais restritiva.

Segundo dados apresentados pelo governo na segunda, foram diagnosticados na última semana 7.191 novos casos, patamar semelhante ao de junho, julho e agosto. Há quatro semanas o registro de novos casos fora de 4.666.

De acordo com o jornal paulista, a principal preocupação da equipe do Centro de Contingência é a perspectiva de aumento de casos e hospitalizações após as festas de fim de ano, quando pessoas devem se reunir com família e amigos.

Em todo o estado, a taxa de ocupação de leitos de UTI era de 61,8% na segunda. Na Grande São Paulo, é de 66,8%. A região já chegou a ter apenas 41% dos leitos ocupados.

Na segunda, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou a certificação de boas práticas para a fábrica da Sinovac para a vacina Coronavac. A certificação foi concedida após inspeção de reguladores após viagem à China entre 30 de novembro e 4 de dezembro.

O certificado tem validade de dois anos e é pré-requisito para o processo de registro da vacina ou pedido de autorização para uso emergencial no Brasil.

O Instituto Butantan anunciou que foi concluída a terceira fase de testes do imunizante, e que os resultados serão encaminhados para a Anvisa.

Também sobre a vacinação, o portal UOL publica nesta terça reportagem informando que o governo federal nomeou um agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Myron Moraes Pires, para comandar a CGCIS (Coordenação-Geral do Complexo Industrial da Saúde), um dos órgãos do Ministério da Saúde diretamente responsáveis por negociar a compra de vacinas e outros insumos utilizados no combate à covid.

A nomeação foi publicada em 10 de agosto no Diário Oficial da União, e assinada pelo ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. Três fontes cujo nome não foi divulgado teriam relatado ao UOL que a nomeação do agente, sem formação técnica para o cargo estratégico, teria gerado um “clima de terror” entre os funcionários.

4. Política e economia

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos) foi preso na manhã desta terça, em operação conjunta do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Civil.

A ação que levou à prisão de Crivella faz parte da Operação Hades, que investiga um suposto QG da propina na Prefeitura. Foram presos também, o empresário Rafael Alves e o delegado Fernando Moraes. O ex-senador Eduardo Lopes (Republicanos-RJ) também é alvo da ação, mas não foi encontrado.

No campo fiscal, o Ministério da Economia prepara um projeto para permitir a cobrança de uma taxa sobre a valorização de imóveis declarados no Imposto de Renda. O objetivo é elevar as receitas públicas. Atualmente, é cobrada uma taxa sobre a valorização do bem no momento da venda.

A ideia do ministro da Economia Paulo Guedes é permitir a possibilidade de atualizar o valor do imóvel no Imposto de Renda, e cobrar uma taxa de entre 4% e 5% sobre o valor do aumento. Ainda não há cálculos sobre o valor potencial a ser captado pelo governo.

Até o momento, Guedes não conseguiu aprovar nenhuma etapa de seus planos para a reforma tributária. Na segunda, o atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que pretende anunciar o nome do candidato de seu grupo à presidência antes do recesso parlamentar.

Segundo o presidente, que reuniu-se com partidos que o apoiam, “até a quarta-feira” deve haver um “encaminhamento dado”, que mantenha o grupo unido. “Ainda esta semana certamente nós teremos as definições necessárias”, afirmou o presidente.

Partidos da oposição que apoiam o grupo de Maia (DEM-RJ) na disputa por sua sucessão posicionaram-se na segunda contra pautas como a autonomia do Banco Central e privatizações de estatais, além de defenderem temas como a prorrogação do auxílio emergencial.

Em “Manifesto das Oposições para as Eleições da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados”, PCdoB, PDT, PSB e PT afirmaram que a eleição do próximo presidente da Câmara, em fevereiro de 2021, ocorrerá em meio a uma “profunda” crise política, econômica e de saúde pública e afirmam ter a responsabilidade de combater políticas “antidemocráticas, neoliberais, antinacionais”.

“Queremos derrotar (o presidente Jair) Bolsonaro e sua pretensão de controlar o Congresso, um presidente criminoso, cujo afastamento é imperioso para que o Brasil possa recuperar-se da devastação em curso, e também queremos, neste momento, expressar nossa posição e defesa de temas relevantes que merecem a atenção e responsabilidade do Congresso Nacional”, diz o manifesto.

5. Radar corporativo

O grupo de saúde Dasa informou na segunda-feira que avalia fazer uma oferta de ações com esforços restritos, visando a captar recursos para pagar por aquisições recentes. No começo do mês, a Dasa anunciou a compra do grupo hospitalar Leforte por R$ 1,77 bilhão, fortalecendo sua entrada no setor de hospitais.

O Frigol, quarto maior frigorífico de bovinos do Brasil, espera atingir pela primeira vez a marca de R$ 3 bilhões em receita líquida em 2021, com uma estratégia voltada para a expansão de vendas de carnes no mercado externo, que passa tanto pela demanda chinesa quanto pela expectativa de novas habilitações, segundo afirmou o CEO da companhia, Marcos Câmara, à Reuters.

Ele afirmou que as exportações passaram a representar 44% da receita neste ano, uma alta de 10 pontos percentuais em relação a 2019, tendo a Ásia como destino de 80% dos embarques.

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