Vestuário: até final do ano, preços devem se manter, mesmo com dólar alto

Para presidente de associação do varejo têxtil, quem precisava importar já o fez, quando dólar estava mais favorável

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Pelo menos até o final deste ano, os consumidores que pretendem comprar roupas podem ficar tranqüilos: os preços das peças não deverão subir de maneira generalizada, de acordo com o presidente da Abeim (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), Sylvio Mandel.

“As lojas já estão preparadas para o fim de ano. O grosso da importação já foi feito”, informou o presidente. O temor dos consumidores era de que a alta do dólar, causada pela crise financeira internacional, pudesse provocar um aumento do preço do vestuário. Ele afirmou que, no momento, o setor está no “aguarde, porque ninguém quer arriscar aumentar os preços”.

Para 2009, por sua vez, Mandel disse que poderá haver um aumento dos preços nas peças importadas. Porém, ainda não é possível dizer qual será este reajuste. “É preciso esperar para ver o patamar que o dólar vai ficar. Se for entre R$ 1,80 e R$ 2, vai ter impacto, se for em R$ 2,30, vai ter um impacto muito maior”, exemplifica.

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Setor em meio à crise

O presidente da Abeim afirmou que o varejo têxtil está sendo duramente penalizado pela situação cambial, pois o setor tem necessidade de importar, para colocar na vitrine aquilo que a produção nacional é deficiente, como a moda de inverno.

Mandel se diz contrário à opinião de que a China destinaria produtos a mercados emergentes com preços menores, para combater a queda no consumo nos países em desenvolvimento em meio à crise. “É muita ingenuidade acreditar que o Brasil serviria de tábua de salvação para a crise chinesa. Se os chineses tiverem que baixar ainda mais seus preços, sem dúvida o farão para seus mercados mais importantes, como os Estados Unidos e a Europa”, afirmou.

Para ele, a prioridade neste momento, em meio à crise, é manter o poder aquisitivo da população, cuidar da saúde financeira das instituições bancárias, conter os gastos na área pública e evitar a inadimplência.