Ibovespa Futuro sobe com estímulos globais para enfrentar o coronavírus; dólar cai a R$ 5,07

Pré-market registra ganhos em meio a expectativa por votação de pacote trilionário nos Estados Unidos

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta terça-feira (24) com expectativas pela aprovação no Congresso americano do pacote de US$ 2 trilhões para enfrentar os efeitos econômicos do coronavírus. Na Coreia do Sul, o governo anunciou um pacote de US$ 80 bilhões para reaquecer a economia.

No Japão, o Softbank anunciou um programa de recompra das suas ações de US$ 41 bilhões. O dinheiro será usado para pagar dívidas. Esta transação deu impulso ao índice Nikkei-225 da Bolsa de Tóquio.

Sobre a pandemia em si, a China informou que está se preparando para afrouxar o bloqueio a Wuhan diante do controle dos casos naquela região, que foi o epicentro da Covid-19. O governo permitirá viagens na província de Hubei e as pessoas poderão sair da região, mas a capital, Wuhan, só voltará a permitir a circulação de pessoas no dia 8 de abril.

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Às 09h09 (horário de Brasília), o índice futuro do Ibovespa com vencimento em abril subia 4,71% a 66.890 pontos. Já o dólar futuro para abril recua 1,31%, a R$ 5,082, enquanto o dólar comercial cai 1,15%, a R$ 5,0766 na compra e R$ 5,0796 na venda.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai 30 pontos-base a 5,34%, DI para janeiro de 2023 tem queda de 29 pontos-base a 6,98% e DI para janeiro de 2025 recua 40 pontos-base a 8,35%.

Ontem, o Federal Reserve anunciou uma série de medidas complementares, em nova tentativa de restabelecer a confiança dos investidores após cortar seus juros para quase zero nas últimas semanas, como parte de uma estratégia para mitigar os estragos causados pela pandemia. A principal iniciativa do Fed foi decidir comprar ativos em volumes ilimitados.

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Por aqui, as vendas no varejo caíram 1% em janeiro em relação a dezembro segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na série sem ajuste sazonal, no confronto com janeiro de 2019, o comércio varejista cresceu 1,3%, bem abaixo da expectativa mediana dos economistas compilada no consenso Bloomberg, que apontava para um ganho de 2,5% na comparação anual. Na base mensal a projeção era de queda de 0,6%.

Política

Após várias críticas, o presidente Jair Bolsonaro recuou e o Diário Oficial da União publicou na noite de ontem a MP do trabalho sem o trecho que suspendia o pagamento de salário por quatro meses, informa o jornal O Estado de S. Paulo. Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, a MP saiu mais cedo com um “erro de digitação” e o governo jamais cogitou suspender pagamentos de salários por causa da epidemia do coronavírus.

São Paulo em quarentena

Começa a valer nesta terça-feira o decreto do governador João Doria (PSDB) que determina o fechamento de todas as atividades comerciais não essenciais por um período de 15 dias. A medida tem validade até 7 de abril e afetará o cotidiano de 44 milhões de pessoas, ou 20% da população brasileira, que vivem nos 645 municípios do Estado de São Paulo. A medida é uma tentativa de conseguir deter a propagação da epidemia, que até à noite de ontem contaminou 1.891 pessoas e matou 34 no Brasil. Do total de casos brasileiros do coronavírus, São Paulo tem quase a metade, 745 casos, e 30 das 34 mortes.

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Noticiário corporativo

Em destaque no radar corporativo, estão ainda os efeitos do coronavírus nas operações das empresas. A Weg reduziu temporariamente para 50% os funcionários presenciais em Santa Catarina. A Cia. Hering vai fechar todas lojas físicas por tempo indeterminado, enquanto a Ambev retirou a projeção do Ebitda no primeiro trimestre de 2020 e outras expectativas de 2020. Já a Mahle Metal Leve decidiu adotar férias coletivas ou seletivas em todas as fábricas no Brasil. A CVC reduziu a jornada e o salário de diretoria em 50% a partir de abril.

A construtora e incorporadora Moura Dubeux Engenharia, umas das maiores do Nordeste, publicou ontem uma prévia dos resultados do quarto trimestre de 2019 e do ano passado inteiro. A empresa obteve uma expansão de 1,2% no Valor Geral de Vendas (VGV) dos lançamentos, para R$ 282 milhões, com dois empreendimentos em Salvador (BA) e dois no Recife (PE).

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(Com Agência Estado)

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.