Ibovespa encosta nos 109 mil pontos e registra 2º maior fechamento da história; dólar cai

Mercado termina o dia com ganhos na esteira de dados positivos da China e abaixo do esperado dos EUA

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira (2) retomando os 109 mil pontos pela primeira vez desde o dia 7 de novembro, quando o índice chegou ao seu maior valor da história, batendo 109.581 pontos.

Hoje, o benchmark registrou ganhos com o ânimo dos investidores após um dado acima do esperado na China, que se conjugou a indicadores fracos nos EUA para compor um ambiente externo mais favorável às empresas brasileiras.

O Índice Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês)/Markit industrial da China subiu de 51,7 pontos em outubro para 51,8 em novembro. O resultado veio bem acima das expectativas dos economistas compilada no consenso Bloomberg, de desaceleração para 51,4 pontos, registrando o melhor ritmo de crescimento em quase três anos.

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Já o ISM de Manufatura dos EUA ficou em 48,1 pontos em novembro, abaixo da estimativa de 49,2 pontos. O dado ajudou a provocar a queda do dólar.

O Ibovespa teve alta 0,64%, a 108.927 pontos com volume financeiro negociado de R$ 16,793 bilhões.

Já o dólar comercial, por sua vez, caiu 0,63%, a R$ 4,2132 na compra e a R$ 4,2139 na venda. O dólar futuro com vencimento em janeiro de 2020 tinha queda de 0,35%, a R$ 4,227.

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 sobe quatro pontos-base 4,74% e o DI para janeiro de 2023 avança cinco pontos, para 5,95%.

Durante a sessão, os indicadores ofuscaram o pessimismo com a guerra comercial. Agências de notícias apontam que os chineses só irão assinar o acordo se os Estados Unidos reverterem as tarifas em vigor hoje, mas os EUA pretendem apenas desistir do aumento de 10% para 15% nas taxas sobre US$ 156 bilhões em produtos chineses que estava prevista para 15 de dezembro.

Enquanto isso, o Brasil e a Argentina tornaram-se as novas vítimas do protecionismo de Trump. O presidente americano anunciou que retomará tarifas sobre aço e alumínio dos países sul-americanos por conta da desvalorização do real e do peso.

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“Brasil e Argentina estão permitindo ‘uma desvalorização maciça de suas moedas, o que não é bom para os nossos agricultores”, disse em um post no Twitter.

“Portanto, com efeito imediato, restaurarei as tarifas sobre aço e alumínio exportados para os EUA a partir desses países”, continuou.

Entre as commodities, destaque para o petróleo, que avança fortemente, acima dos 2%, com sinais de aumento da atividade manufatureira na China e possibilidade de aprofundamento nos cortes de produção por parte da Opep. Já os futuros do minério de ferro fecharam com valorização acima de 1%.

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No Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ressaltou ao O Globo o apoio do presidente Jair Bolsonaro às suas pautas na área econômica, porém disse que o avanço das demais dependem da questão do “timing” político.

Relatório Focus

Pela quarta semana seguida, as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) aumentaram a estimativa para a inflação este ano. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação oficial do país) subiu de 3,46% para 3,52%. A informação consta no boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central (BC) que traz as projeções de instituições para os principais indicadores econômicos.

Para 2020, a estimativa de inflação se mantém há cinco semanas em 3,60%. A previsão para os anos seguintes também não teve alterações: 3,75% em 2021, e 3,50% em 2022.

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Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente definida em 5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

De acordo com as instituições financeiras, a Selic deve cair para 4,5% ao ano até o fim de 2019. Para 2020, a expectativa é que a taxa básica permaneça nesse mesmo patamar.

A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – se manteve em 0,99%. As estimativas das instituições financeiras para 2020 variou de 2,20% para 2,22%. Para os anos seguintes, não houve alteração em relação à pesquisa anterior: 2,50% em 2021 e 2022.

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A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar permanece em R$ 4,10 para o fim deste ano e R$ 4,01 para 2020.

Noticiário corporativo

No noticiário corporativo, a Vale retomou as operações em usina de concentração de Viga, enquanto a Minerva confirmou a liberação da Rússia para unidade Araguaina. A Usiminas pretende reajustar preços em 5% para distribuição no quarto trimestre de 2019.

A BR Distribuidora aprova juros sobre capital próprio antecipado de R$ 540,3 milhões sobre 2019. A Gol espera faturamento de R$ 140 milhões para Aerotech em 2020. Já o Valor Econômico informa que o Magazine Luiza tem interesse na Estante Virtual.

A Notre Dame Intermédica aprovou oferta primária de 65 milhões de ações e o BMG acertou a venda de 30% da BMG Seguros à Assicurazioni Generali. Já a Oi divulga balanço do terceiro trimestre, hoje, antes da abertura do mercado.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
CSNA3 5.65287 13.27
GNDI3 4.67455 59.34
BTOW3 4.22435 58.72
VVAR3 4.08627 9.17
CSAN3 3.86473 64.5

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
RADL3 -2.73476 109.9
QUAL3 -2.17391 36
SMLS3 -2.07135 34.04
YDUQ3 -1.88635 41.61
BPAC11 -1.79359 68.99

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.