Com alta de 170% da ação em 2019, Sinqia reforça duas vias de crescimento após balanço do 3º tri

Números foram bem recebidos pelos investidores e reforçam visão de expansão orgânica e via fusões e aquisições

Lara Rizério

(Divulgação/Sinqia)

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SÃO PAULO – A Sinqia (SQIA3), companhia provedora de tecnologia para sistema financeiro que antes era denominada Senior Solution, divulgou os resultados do terceiro trimestre na noite da última quarta-feira (13). Os números foram bem recebidos pelo mercado, com as ações subindo cerca de 3% durante o pregão; no ano, a alta é de 178%, bem acima dos ganhos de 24% acumulados em 2019 do Ibovespa.

A companhia registrou uma queda de 19,1% no lucro líquido na base de comparação anual, passando de R$ 1,418 milhão para R$ 1,147 milhão.

Enquanto isso, a receita líquida atingiu recorde, com alta de 30%, passando de R$ 35,672 milhões para R$ 46,36 milhões. Do aumento de R$ 10,7 milhões, R$ 9,9 milhões foram inorgânicos e R$ 800 mil foi orgânico.

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“O aumento orgânico deve-se ao avanço nas receitas de subscrição de software, um bom sinal de que a mudança no modelo comercial tem alcançado seu objetivo”, comentou Bernardo Gomes, diretor presidente da Sinqia, no release de resultados.

O Credit Suisse destacou que os resultados foram positivos, confirmando as expectativas. A receita veio em linha com o esperado, mas com uma composição mais forte, refletindo não apenas as aquisições recentes, mas também a conversão em receita, implicando em um forte crescimento orgânico.

Já do lado negativo, os custos de software foram acima do esperado pelo banco, refletindo vendas mais fortes e implantações, mas que devem ser diluídos nos próximos trimestres, uma vez que a carteira de pedidos continue se convertendo em receita recorrente.

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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) chegou a R$ 6 milhões, alta de 24% na base de comparação com o mesmo período do ano passado e com uma margem de 13%.

Segundo avalia o Credit, o crescimento orgânico deve aumentar mais. As receitas recorrentes de software totalizaram R$ 24,7 milhões no terceiro trimestre, alta de 61% enquanto que, excluindo fusões e aquisições, houve uma alta de 10%, com aceleração ante o avanço de 2% no segundo trimestre.

Isso é resultado de um cross selling (que consiste em estimular o cliente a concluir a sua compra inicial levando produtos que a complementam) mais forte (devido a um portfólio mais amplo de produtos após fusões e aquisições).

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“Vemos que o crescimento orgânico em execução ainda está abaixo do potencial total”, apontam Daniel Federle e Felipe Cheng, analistas do banco.

Segundo o Credit, os resultados do terceiro trimestre sustentam a visão positiva com a empresa, pois evidencia a aceleração do crescimento orgânico, o principal fator de margem expansão nos próximos anos e um incentivo à criação de valor de fusões e aquisições.

Potenciais aquisições

Porém, o investidor na companhia deve seguir de olho nas potenciais aquisições da companhia.

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“Nós continuamos vendo a empresa como um consolidador natural do mercado, dado o forte histórico e a capitalização recente. A execução de fusões e aquisições é um importante pilar do caso de investimento de Sinqia e deve ser um dos principais gatilhos para a ação”, aponta o Credit.

Vale destacar que a  bem sucedida oferta de ações, no valor de R$ 362 milhões, e a chegada de novos executivos marcaram o mês de outubro para a companhia.

Em entrevista ao InfoMoney realizada em outubro, o CEO da companhia apontou que a Sinqia mira novas aquisições após o follow-on.

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A companhia tem um mapeamento de 200 empresas que fornecem software para o mercado financeiro. Delas, cerca de 80 já possuem um acordo de confidencialidade assinado.

“Muita coisa ainda está para ser feita, temos apenas 3,8% de participação de mercado”, avaliou Gomes na ocasião, que destacou a oferta realizada no mês passado como uma terceira fase da companhia em captar recursos (sendo a primeira a entrada de private equity e a segunda a abertura de capital).

No final de outubro, o Credit iniciou cobertura para os ativos destacando o potencial com as operações de fusão e aquisição.

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“Este mercado é bastante fragmentado e enxergamos que a empresa tem espaço para consolidação e avançar da atual participação para um número bem mais elevado. A empresa tem um acesso bem maior ao mercado do que os pares e uma estrutura bastante profissionalizada”, apontam os analistas.

De acordo com eles, o IPO em 2013 trouxe um crescimento bastante forte com diversas aquisições desde então. “Acreditamos que o recente follow-on deve trazer um efeito similar e fortalecer a imagem da Sinqia como uma consolidadora do mercado. As nossas estimativas indicam um nível de receita mais do que dobrando nos próximos três anos não apenas em aquisições, mas também através de crescimento orgânico”. avaliam.

Desta forma, o Credit possui recomendação outperform para os ativos, com preço-alvo de R$ 23, o que corresponde a um potencial de valorização de 32% em relação à cotação desta quinta-feira. Porém, há também quem veja que os papéis já tiveram forte alta durante o ano (veja mais clicando aqui). Os próximos passos e como a companhia irá avançar no mercado serão observados de perto pelos investidores.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.