O que virá depois do Netflix? Fundadores do Videolog explicam

Para o fundador do Videolog, primeira plataforma de vídeos online do Brasil, Edson Mackeenzy, o modelo do GloboPlay é o futuro

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – Alguns anos atrás, ninguém esperava que o Netflix seria uma das empresas mais revolucionárias do entretenimento e que incomodaria tanto as empresas de TV a cabo. Hoje, a empresa possui mais de 75 milhões assinantes em todo o mundo, sendo o Brasil o segundo país com maior número de assinaturas.

E não é apenas o Netflix. Os outros serviços de streaming também caíram no gosto das pessoas: Spotify, HBO Go, Tidal, e os demais fazem sucesso em todo o mundo.

Em meio a esse fenômeno, a pergunta que surge é: o que vem depois? Se o streaming veio para abalar as estruturas tradicionais da televisão, existirá algo capaz de fazer o mesmo com ele? “A tecnologia do streaming pode ser passageira”, disse Ariel Nascimento, cofundador do Videolog e atual dono da plataforma Celebryt’s em entrevista ao InfoMoney.

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Ele explicou que, tomando o Netflix como exemplo, o que a diferencia é o conteúdo próprio que produz, séries e filmes que são sucesso em todo o mundo. Em termos de tecnologia, o streaming não é mais novidade: “essa tecnologia já é uma commodity”, explicou. “O que vai dar valor às empresas é o conteúdo”.

Edson Mackeenzy, também fundador do Videolog e atual dono da iMasters, concorda com o argumento do antigo sócio. “A tecnologia do streaming hoje é só um meio de comunicação para viabilizar a entrega do conteúdo. Não é mais tão importante”.

Ariel ressalta que o sucesso dos “youtubers” na internet é também um reflexo desse argumento. “Um mercado de produção de conteúdo paralelo e exemplar é o do YouTube. Eles produzem entretenimento pra todos os públicos, normalmente conteúdo próprio e de alta qualidade”.

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Futuro
No final do ano passado, a Globo lançou a sua própria plataforma de conteúdo de streaming: agora é possível assistir, gratuitamente, às novelas e programas da emissora através do computador ou no aplicativo do dispositivo móvel. Serão transmitidos programas ao vivo e disponibilizados os que já foram exibidos.

“A ideia do GloboPlay é revolucionária porque ela pensa em entregar o mesmo conteúdo de uma forma mais dinâmica. Essa é uma tecnologia que eu consigo ver no futuro”, explicou Mackeenzy. “A televisão aberta hoje não consegue restringir conteúdo, que é a maior demanda do público. O conteúdo privado tem maior qualidade por isso, a pessoa assiste o que quer e quando quer”, terminou.

O cenário ideal
Um dos possíveis problemas do Netflix e dos demais serviços de streaming é a questão do consumo da internet: com as propostas das operadoras de internet de limitar o consumo de dados na internet fixa, a grande preocupação foi sobre como seria possível usar o serviço por horas sem que a internet acabasse – e para Ariel esse é um ponto que precisa ser melhorado.

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“Eles precisam continuar disponibilizando conteúdos interessantes, mas que resolva a questão do tamanho dos vídeos e do quanto consomem de internet”, explicou.

Mazkeenzy, por sua vez, explicou que é difícil imaginar um cenário ideal quando se diz respeito a isso: “É muito complexo prever se precisaremos da internet no futuro”, disse.