Ibovespa Futuro cai e dólar sobe com exterior negativo e dúvidas sobre a Previdência

Pedido de impeachment contra Donald Trump, presidente dos EUA, na Câmara e "insurreição" no Senado no Brasil aumentam temores

Ricardo Bomfim

Ações em queda (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta quarta-feira (25) refletindo o aumento nas incertezas no cenário externo após a presidente da Câmara dos Representantes nos Estados Unidos, Nancy Pelosi, abrir o processo de impeachment contra Donald Trump para tramitação.

Às 9h05 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para outubro caía 0,55% a 103.570 pontos, enquanto o dólar futuro com o mesmo vencimento sobe 0,58% a R$ 4,188.

O mercado ainda acompanha a fala de dois presidentes regionais do Federal Reserve, Charles Evans (Chicago) e Esther George (Kansas).

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Por aqui, foi um mal sinal o novo atraso na tramitação da reforma da Previdência. A presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Simone Tebet (MDB-MS) anunciou que a votação se dará só na semana que vem.

Conforme aponta reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o governo mostra preocupação de que insurreição dos líderes do Senado que levou ao adiamento da Previdência possa abrir espaço para novas desidratações da proposta, além de atraso na votação.

O presidente da casa, Davi Alcolumbre, disse que se for possível fazer o 2º turno no dia 10 de outubro, “ótimo”. Depois, via Twitter, afirmou apenas que o “será na primeira quinzena” do mês, sem especificar o dia.

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O cenário de maior incerteza também se reflete no mercado de juros futuros, com o contrato futuro com vencimento para janeiro de 2021 avançando 5 pontos-base a 5,07% e o DI para janeiro de 2023 registra ganhos de 6 pontos-base a 6,21%.

Ficou só na expectativa a história de que o presidente Jair Bolsonaro faria um discurso conciliador na Assembleia Geral das Nações Unidas. Bolsonaro falou que o Brasil estava se tornando socialista nos governos passados, partiu para cima dos países europeus ao dizer que é uma violação da soberania brasileira defender que a Amazônia é um patrimônio da humanidade, e criticou o programa Mais Médicos.

Seu discurso foi alinhado com o de Trump, que também defendeu o patriotismo contra o globalismo e criticou duramente a China, acusando o país de manipular o câmbio para ganhar vantagens competitivas em relação aos EUA.

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A única preocupação dos investidores é de que a agressividade de Bolsonaro se torne um obstáculo à concretização do acordo entre Mercosul e União Europeia.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.