Amazon não é ameaça para B2W, diz analista do Itaú

Analistas estimam um upside de 16,35% para as ações da empresa

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – A chegada da plataforma de marketplace da Amazon no Brasil no fim do ano passado sacudiu as empresas de e-commerce nacionais, que viram na gigante americana uma nova concorrente com grande porte e nome mundial.

Foi o caso da B2W (BTOW3), por exemplo, que chegou a cair 20% em 17 de outubro, após a Amazon anunciar a expansão e começar a vender eletrônicos no mercado brasileiro. Na época, a dona das marcas Americanas.com, Submarino, Shoptime e Sou Barato anunciou dois novos serviços “prime” além do início das vendas de produtos usados para melhorar sua participação na disputa pelo mercado.

Mas, segundo os analistas do Itaú BBA, a Amazon não é uma ameaça para B2W. “Para dizer a verdade, nenhum grande player brasileiro viu suas vendas desacelerarem desde a entrada da Amazon em novas categorias no marketplace”, escrevem em relatório. 

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De acordo com a equipe de análise, o cenário tem sido o contrário, ou seja, a Amazon tem enfrentado dificuldades para se penetrar em novos mercados por três motivos principais: logística dos EUA é complexa e dificilmente replicada em outros países; ainda precisa ser mais conhecida em cada destino; e as empresas locais já eram maiores do que Amazon quando esta chegou. “Assim sendo, essas desvantagens competitivas para a Amazon são vantagens para a B2W, como uma empresa local e a segunda maior do segmento, nos levando a acreditar que B2W ganhará maior participação do mercado no futuro”, escrevem.

Em relatório, os analistas atribuem recomendação de Outperform (performance acima da média do mercado) para os papéis de B2W, estimando um preço-alvo de R$ 37 – um potencial de alta de 16,35% em relação ao fechamento do dia 3. No ano, ela sobe 55,12%, contra alta de 6,43% do Ibovespa no período. Caso supere a região dos R$ 32,25, a ação vai atingir seu maior patamar em bolsa desde novembro de 2014.

De acordo com os analistas da instituição financeira, a empresa está posicionada em um setor “pouco penetrado e ainda pouco consolidado”, o que garante uma briga maior pela participação no mercado e, consequentemente, maiores ganhos. “Ainda é difícil escolher ganhadores, mas praticamente metade do mercado ainda está sendo segurada por pequenos players, apenas esperando para serem engolidos por marketplaces mais sofisticados”, escrevem. 

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A equipe de análise destaca que embora o setor de e-commerce tenha crescido cerca de 20% no Brasil, com maiores players ganhando espaço no mercado rapidamente, 45% do mercado ainda está sendo controlado por quatro líderes (Via Varejo, Magazine Luiza e Privalia). “Nós nunca vemos uma combinação de expansão do mercado e oportunidades como estamos vendo agora”, afirmam. 

A expectativa, segundo a equipe, é que os marketplaces tenham uma rápida escalada no Brasil e que a participação de grandes plataformas cresçam neste cenário. “Uma mudança para o marketplace é uma mudança para se tornar uma provedora de serviços. E ao ganhar penetração no marketplace, começará o fluxo de caixa”, escreve. 

Entre os possíveis riscos, os analistas destacam uma piora do cenário competitivo no horizonte, o que pode pressionar tanto a participação no mercado como também, necessitar de investimentos adicionais para gerar inovações e manter o nível de serviço. 

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