BRF: compro ou vendo a ação após ela subir 31% em julho? Analistas recomendam comprar

Uma das maiores quedas da bolsa em 2018 parece estar dando a volta por cima

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Após fechar o primeiro semestre de 2018 com uma impressionante queda de 50% – a maior do Ibovespa no período, a BRF (BRFS3) parece ter começado a segunda metade do ano com o pé direito. Desde o anúncio do plano de reestruturação, comunicado em 29 de junho, a ação já sobe 31,28%, caindo duas posições no “ranking de maiores quedas da bolsa” e ficando atrás de Ultrapar (UGPA3) e Kroton (KROT3).

Ao que tudo indica, Pedro Parente tem sido uma peça fundamental, principalmente quando o assunto é a transformação de empresas. No controle da Petrobras por dois anos, Parente realizou grandes mudanças, como o alinhamento da política de preços com os valores internacionais e a grande venda de ativos, por exemplo. Em junho, porém, pediu demissão da estatal e assumiu a presidência da BRF, com a missão de tornar a companhia de alimentos mais enxuta e eficiente – um plano de desinvestimento muito mais complexo do que o visto na estatal. 

Em entrevista ao InfoMoney, Betina Roxo, analista da XP Investimentos, explicou que a entrada do executivo surge como uma boa estratégia para combater a incerteza e a insegurança que a empresa estava passando para o mercado, como se não fosse capaz de honrar com os seus compromissos. 

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Após eventos como Carne Fraca, restrições de países europeus e aumento do custo de grãos, a analistas destaca que o plano de reestruturação delineado por Parente e a afirmação de que a BRF não precisará de aumento de capital, elevaram a confiança dos investidores. “O que faltava, em nossa visão, era justamente uma diretoria que desse visibilidade e traçasse um plano para dar essa segurança maior para o mercado, o que foi exatamente o que Pedro Parente fez”, diz. 

A equipe da XP Research deu a recomendação de compra em 2 de julho, com preço-alvo de R$ 25, logo após o anúncio do plano de reestruturação da empresa, que compreende venda de ativos, otimização de plantas e otimização da estrutura corporativa. “Acreditamos que isso é muito benéfico para a empresa, olhando para frente, apesar do segundo trimestre ainda ser muito impactado, principalmente por causa da greve, acreditamos que o foco do segundo trimestre deve ser na atualização do plano de reestruturação e como está a evolução disso”, explica Roxo. Desde o “call”, a ação já sobe 16,92%, fechando em R$ 23,63 na última sexta-feira (20) – quase o preço estimado a ser alcançado nos próximos 12 meses. 

Segundo Betina, a entrada de Parente é positiva, mas não resolve tudo. “Achamos que ainda tem muito a ser feito para ser positivo para a empresa”. Apesar disso, seguem otimistas e ainda enxergam um potencial de alta da ação: “O papel já subiu bastante, mas nossa visão ainda é bem positiva para o papel”. 

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Em relatório, o Bradesco BBI deu um “duplo upgrade” no ativo e afirma que este é o melhor momento para investir nas ações da empresa. Segundo a equipe de análise, a BRF encolherá suas operações para uma nova demanda à realidade (corte de 5% no número de funcionários), foco em menos mercados (doméstico, Hatal, Ásia) e monetização de R$ 5 bilhões em ativos para quitar sua alta dívida de R$ 21 bilhões. “Compre antes que o plano de recuperação seja totalmente precificado”, afirma. Ainda de acordo com os analistas do banco, que estimam um preço-alvo de R$ 35, há espaço para um upside de 50%

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