Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta sexta-feira

Confira os principais eventos deste pregão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após o Ibovespa ganhar força no fim da sessão da véspera e o dólar perder força em meio às notícias de que Geraldo Alckmin deve levar o apoio dos partidos do Centrão em detrimento a Ciro Gomes, o mercado monitora nesta sexta as convenções partidárias e o noticiário político brasileiro. Vale destacar, contudo, que o dólar já estava pressionado, em meio às críticas do presidente dos EUA, Donald Trump, à disposição do Fed de seguir elevando juros em entrevista à CNBC. Neste sentido, novos trechos da fala de Trump seguem repercutindo no mercado. Confira no que ficar de olho nesta sexta-feira (20):

1. Bolsas mundiais

Sem nem terem tempo de digerir completamente os comentários do presidente Donald Trump desta quinta-feira (19) sobre a postura do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA), as bolsas mundiais encaram mais um dia complicado, reagindo agora a outra rodada de controvérsia vindo do republicano e também a resultados corporativos.

Ontem à noite, os índices americanos foram derrubados por uma fala de Trump em entrevista ao canal americano CNBC, na qual demonstrou insatisfação com as projeções da autoridade monetária, que planeja implementar outros aumentos na taxa de juros. As críticas vieram depois de dois fechamentos positivos para as bolsas estadunidenses, motivados em parte pelos discursos de Jerome Powell, presidente do BC, ao Congresso americano.

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Já nesta sexta-feira, novos trechos da mesma entrevista foram veiculados, que veem o republicano acirrando outra vez as tensões da guerra comercial dos EUA contra a China. Ele afirmou estar disposto a tarifar todos os produtos chineses importados aos Estados Unidos: “estou pronto para chegar aos 500”, disse, referindo-se aos US$ 505,5 bilhões em tarifas que seriam implementadas. Foi o que bastou para que os índices futuros americanos, que já apontavam para baixo, passassem a cair mais forte.

Na Europa, o dia também é de perdas para todas as principais bolsas, olhando ainda para uma nova leva de resultados corporativos e as negociações do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia). A chefe de estratégia internacional na FCA (Autoridade de Conduta Financeira) britânica, Nausicaa Delfas, alertou os bancos e seguradoras que devem se preparar para um Brexit “duro”, em que as duas partes não cheguem em acordo. Já o FMI (Fundo Monetário Internacional) calcula que um impacto de 1,5% na economia do bloco econômico será sentido caso a saída do Reino Unido ocorra abruptamente.

Já escapando um pouco do noticiário conturbado do dia, as bolsas asiáticas fecharam em alta, traçando uma recuperação das perdas das últimas sessões. Por fim, no radar das commodities, os preços do petróleo também começaram o dia subindo, mas estão para registrar sua terceira queda na semana, sentindo o peso da disputa EUA-China e do aumento na oferta da commodity, enquanto a recuperação desta sexta ocorre após a Arábia Saudita sinalizar que não exportará mais do que as necessidade de seus clientes.

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Às 8h02 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,24%

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,39%

*Nasdaq Futuro (EUA) +0,11%

*DAX (Alemanha) -0,42%

*FTSE (Reino Unido) -0,23%

*CAC-40 (França) -0,61%

*FTSE MIB (Itália) -0,72%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,76% (fechado)

*Xangai (China) +2,05% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,29% (fechado)

*Petróleo WTI +0,12%, a US$ 69,54 o barril

*Petróleo brent +0,08%, a US$ 72,64 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +0,42%, a 473 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin US$ 7467,19 +0,98%

R$ 28.950 +1,06% (nas últimas 24 horas)

2. Agenda de indicadores

Sem indicadores nos EUA, a agenda brasileira é destaque com o IPCA-15 de julho a ser divulgado às 9h pelo IBGE. A mediana das estimativas para o IPCA-15 está em 0,73% na base mensal, frente ao 1,11% do resultado de junho. Já na comparação anual, o índice deve mostrar uma aceleração de 3,68% para 4,63%, por efeito estatístico.

3. Notícias do dia

Contudo, o mercado ficará de olho mesmo na agenda de convenções partidárias, que tem o pontapé inicial nesta sexta a partir das 11h com o encontro do PDT, de Ciro Gomes. Às 12h, será a vez do PSC e às 18h30, do PCB.

A conferência do PDT será observada com especial atenção após o revés sofrido por Ciro Gomes na véspera com a  formação de um arco de alianças dos partidos do chamado Centrão em torno da candidatura de Geraldo Alckmin à presidência da República . 

Caso confirme o acordo firmado nesta quinta-feira, o grupo composto por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade deve somar mais de 3 minutos ao tempo do candidato no rádio e televisão a cada bloco de 12 minutos e 30 segundos no horário de propaganda eleitoral gratuita. O grupo de legendas conta com uma bancada de 164 deputados e oscilava entre apoiar Ciro e Alckmin – mas, de acordo com jornais, acabou optando pelo tucano, com o humor instável do pedetista também pesando na balança. A expectativa é de que o Centrão indique o empresário Josué Gomes como vice de Alckmin. 

Leia mais: 
– Alckmin vence primeira batalha, mas a guerra mal começou
– Líderes do “Centrão” entram em acordo para apoiar Geraldo Alckmin
– Josué Gomes: quem é o empresário que pode ser vice de Ciro ou Alckmin

4.  Política na IMTV

O Conexão Brasília desta semana recebe Ribamar Rambourg, economista (FEA-USP) e cientista político (FFLCH-USP), e Paulo Gama, analista político da XP Investimentos. Na pauta, o acordo firmado entre lideranças do “Centrão” e Geraldo Alckmin e as consequências eleitorais deste movimento. O programa também abordará o pontapé inicial das convenções partidárias com o lançamento oficial da candidatura de Ciro Gomes à presidência. A transmissão é ao vivo, a partir das 14h45, pela InfoMoneyTV e pelo Facebook. 

5. Noticiário corporativo

Em destaque no noticiário, a TIM divulgou resultado do segundo trimestre de 2018,, com lucro líquido subindo 53,2%, a R$ 332 milhões, enquanto a receita líquida cresceu 5,8%, a R$ 4,17 bilhões na comparação anual. A companhia ainda anunciou Sami Foguel como o novo CEO da empresa em substituição a Stefano De Angelis, que renunciou da sua posição. 

Ainda no radar corporativo, o MPF recomendou a suspensão de venda de distribuidora de energia do Amazonas. Já o Estadão informa que a Oi finalizou a reestruturação de dívida com bancos estrangeiros. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.