Light dispara 15% com interesse de italiana na companhia; Vale cai 4% e Petrobras sobe 2%

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (19)

Lara Rizério

(Divulgação)

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SÃO PAULO – O Ibovespa caminhava para fechar em queda, com Donald Trump voltando ao noticiário em meio às ameaças sobre tarifas aos automóveis europeus, o que pressionou o dólar mais cedo. O mesmo Trump, contudo, fez o dólar amenizar fortemente após mostrar frustração com a alta de juros pelo Federal Reserve. Contudo, o índice virou para alta nos minutos finais, em meio às notícias sobre aproximação entre os partidos do Centrão e Geraldo Alckmin (veja mais clicando aqui). 

Enquanto isso, o petróleo apontou para uma recuperação no final do pregão, o que fez com que a Petrobras virasse para ganhos. Já na ponta negativa, a Vale e as siderúrgicas registraram fortes perdas seguindo a queda do setor pelo mundo em meio à guerra comercial acirrada. Já entre os destaques de alta, Light subiu mais de 15% com o interesse da Aneel na empresa. 

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Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras virou para alta com a melhora no humor interno e também com a recuperação do petróleo, com o WTI fechando com alta de 0,86%.

No radar da empresa, em entrevista ao Valor Econômico, o pré-candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, apontou que não quer privatizar a Petrobras, mas quer a companhia com foco no pré sal, que pretende acabar com o monopólio da estatal no refino, vender a distribuidora e os campos maduros do pós-sal. A estatal – afirma – deve se concentrar no pré-sal, prospecção e pesquisa. 

Ainda sobre a Petrobras, a companhia alongou prazo de dívida de US$ 1 bilhão com Mizuho para 2024. O vencimento original era em duas tranches, uma em 2020 e outra em 2022, segundo comunicado ao mercado. A companhia disse ainda que custos financeiros novos são mais competitivos, sem fornecer mais detalhes.

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A companhia ainda manteve preço da gasolina nas refinarias inalterado em R$1,9611/litro após revisão, segundo informações no website da empresa.

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Vale (VALE3) e siderúrgicas

As ações de Vale e siderúrgicas, como CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) registraram queda, em um dia de perdas para commodities. 

O cobre, por exemplo, opera em território negativo nesta quinta-feira, em meio a temores sobre o comércio global, que penalizam as commodities. Além disso, o dólar valorizado contribui para o movimento. Em Londres, o contrato recuou abaixo da marca importante de US$ 6 mil a tonelada, atingindo nova mínima em 12 meses.

Direcional (DIRR3)

A Direcional Engenharia aceitou proposta da XP Investimentos para estruturação e coordenação de oferta pública de distribuição de cotas de fundo de investimento imobiliário (FII), com esforços restritos de distribuição, de até R$ 210 milhões,  segundo comunicado.

Os recursos da oferta serão destinados à aquisição de quotas da sociedade Lago da Pedra Empreendimentos Imobiliários. O lançamento e a conclusão da oferta restrita e da aquisição das quotas da Lago da Pedra pelo FII estão condicionados a uma série de condições precedentes, entre elas a realização de prévia operação de reorganização societária” da Lago da Pedra, a ser aprovada em AGE. O Conselho convocou AGE para 26 de julho, às 10h, para deliberar sobre a reorganização societária.

Leia mais:

 Direcional lançará fundo imobiliário para levantar R$ 210 milhões; analistas recomendam compra da ação

Embraer (EMBR3)

As dúvidas sobre eventual extinção das “golden shares” sobre o negócio entre Embraer e Boeing fizeram com que TCU adiasse consulta sobre as ações de classe especial, diz o Valor.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio propôs nessa quarta-feira, 18, que o governo possa abrir mão das ações especiais que detém em empresas que foram privatizadas e dão poder de veto em decisões importantes, as golden shares. Seria necessário cumprir três condições: que seja fundamentado pelo governo que a razão para a criação das ações especiais já não existe, que haja ressarcimento aos cofres públicos e aprovação pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimento.

Múcio é relator no TCU de um processo que analisa consulta feita pelo ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles para questionar se o governo pode se desfazer de golden shares sem contrapartida financeira. O ex-ministro considerava essas ações um entrave a investimentos. O governo tem golden shares na Vale, IRB-Brasil Resseguros e Embraer, que recentemente anunciou acordo com a Boeing para a venda de sua divisão de aviação comercial.

A análise do processo pelo plenário estava prevista para quarta-feira, mas foi adiada após pedido de vistas do ministro Vital do Rego. O ministro Marcos Bemquerer seguiu o voto de Múcio. 

O relator apontou que é preciso definir “por norma específica” a forma como deve ser calculado o ressarcimento. O voto, no entanto, não afirmou quem tem de criar essa norma.

A justificativa para o ressarcimento, segundo Múcio, é que, embora não se trate de uma venda, há um valor por trás do desfazimento das golden shares, porque o governo abre mão de um direito. Outro motivo passa pelo argumento apresentado pela Fazenda de que as ações especiais desvalorizam as empresas. A lógica, na visão de auditores, é que a perspectiva de valorização justifica um pagamento à União.

A unidade técnica afirmou em sua manifestação que, como não há previsão na lei para a venda de golden shares, o governo não pode se desfazer delas. O Ministério Público de Contas concluiu que não há restrição legal e não apontou necessidade de pagamento pelas ações. O relator optou por uma proposta intermediária.

Ainda no noticiário de Embraer, a companhia e a Kenya Airways anunciaram nessa quarta-feira em feira do setor de aviação na Inglaterra, a assinatura de contrato pelo qual a fabricante brasileira vai assumir o planejamento e a substituição de parte considerável do estoque de peças de reposição dos 15 jatos Embraer E190 operados pela companhia do Quênia.

Suzano (SUZB3) e Fibria (FIBR3)

As ações da Suzano seguiram as perdas e fecharam em leve queda após caírem 3% ontem, enquanto a Fibria subiu 2%, após ruído de que os termos do acordo de fusão entre os dois poderiam ser revistos. Enquanto os termos entre a Fibria e a Suzano são irrevogáveis, a acionista minoritária Tempo Capital submeteu uma carta à CVM declarando que a transação obriga os minoritários a participar da transação, no lugar de dar o direito, levantando questões se a CVM poderia interferir.

“Reconhecemos a volatilidade que isso traz no curto prazo, especialmente dado o posicionamento técnico desfavorável hoje, com diversos investidores locais usando a Suzano como hedge para o Brasil (proxy de câmbio)”, destaca a XP Investimentos. 

Notre Dame (GNDI3)

 A Notre Dame Intermédica firmou um acordo de intenção de compra do Grupo Mediplan Sorocaba, a preço de 9,1 vezes o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). 

Light e demais elétricas

A empresa de energia italiana Enel considera investir mais no Brasil, seguindo a sua compra da Eletropaulo (ELPL3) em junho. Na linha de visão do executivo Francesco Starace, estariam na mira duas distribuidoras da Eletrobras (ELET3;ELET6) e a Light (LIGT3), afirmou em entrevista ao Valor Econômico. Com isso, a Light disparou na bolsa, chegando a ter ganhos superiores a 15%. 

“As duas companhias [Light e Enel Rio] são muito próximas uma da outra e mostramos interesse em uma aquisição no passado. A Cemig, acionista da Light, não tem um ‘approach’ lógico sobre vender. E não estou certo se essa decisão será tomada em algum momento. Tem sido ‘sim’ e ‘não’ [sobre estar à venda] por muito tempo. E houve uma série de mudanças na estrutura da direção da Cemig nos últimos anos. Talvez eles precisem de mais tempo, talvez estejam esperando o leilão da [das distribuidoras] Eletrobras para ver o interesse em torno dela [Light]. Estou apenas supondo”, completou o executivo, dizendo não temer o alto índice de perdas da Light com furto e fraude de energia.

Além disso, sobre a Eletrobras, a Bloomberg informou que os grupos Iberdrola e Enel podem repetir a disputa travada pela compra da Eletropaulo na venda das 6
distribuidoras da Eletrobras. Neoenergia, do grupo Iberdrola, tem interesse em duas delas na região Nordeste, em Alagoas e no Piauí. 

Cia. Hering (HGTX3)

As ações da Hering subiram até 3,4%, para R$ 15,40. A ação estende rali de 3 dias, após queda de 16% em junho. O UBS disse que ponto de virada não está à vista, reitera recomendação de venda para a ação, reduzindo preço-alvo de R$ 16
para R$ 14,6, escreveram analistas liderados por Gustavo Piras Oliveira em relatório. 

Qualicorp (QUAL3)

A Qualicorp saltou forte, na maior alta intradiária em duas semanas, já que as
projeções de lucros dos analistas prevêem que a seguradora de saúde apresentará resultados positivos no segundo trimestre, quando balanço for divulgado em 14 de agosto. O analista do Safra, Marcio Osako, espera uma recuperação nas
adições líquidas e prevê que controles de custos compensarão despesas de vendas. Já o analista BTG Pactual, Rodrigo Gastim, diz que o 2T deve marcar
uma recuperação no crescimento da receita da Qualicorp. 

Cielo (CIEL3

A Cielo contratou a firma de recrutamento Korn Ferry para auxiliar na seleção de um novo CEO, trabalhando sobre uma lista de nomes já preparada pelos bancos controladores, Bradesco e Banco do Brasil.

A companhia ainda anunciou  a criação de um comitê de inovação e a nomeação de um novo diretor, que vai liderar o trabalho com tecnologias inovadoras e tendências comerciais e tecnológicas. 

Recomendações

O Bradesco BBI reiniciou cobertura para as ações do setor de distribuição de combustíveis tendo a visão de que, mesmo com potenciais mudanças regulatórias, a indústria deve permanecer defensiva e com potencial de queda limitado.

Destacando um cenário desafiador em termos de crescimento, a equipe de análise mostra preferência por cases de investimento que ofereçam dividendos, fontes alternativas de crescimento, proteção de fluxo de caixa e valuation atrativo. A Cosan (CSAN3) é a top pick do setor, com recomendação outperform e preço-alvo de R$ 50,00, mesma recomendação de BR Distribuidora (BRDT3), com preço-alvo de R$ 25. Ultrapar (UGPA3) possui recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 48, 

A equipe de análise do banco não vê grandes catalisadores de curto prazo para Ultrapar e Cosan, sendo que triggers importantes para BR Distribuidora seriam eleições e potenciais parcerias a serem anunciadas. No caso de Cosan, a aprovação dos ativos de downstream na Argentina é esperada para o final do ano, mas eles não veem isso com grande potencial para as ações. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.