Preço do minério ficará entre US$ 110 e US$ 160 por tonelada, diz Vale

A mineradora apontou que a demanda para o principal ingrediente do aço está robusta na China e que o preço da commodity não deverá cair abaixo de US$ 110 neste ano

Reuters

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RIO DE JANEIRO – A Vale avaliou nesta quinta-feira que o preço do minério de ferro deverá ficar entre 110 e 160 dólares por tonelada neste ano, oscilando entre estoques baixos na China atualmente e um esperado aumento na oferta da Austrália (principal exportador) esperado para o segundo semestre.

Os preços no mercado à vista na China foram cotados a cerca de 134 dólares por tonelada nesta quinta-feira, segundo um índice referencial.

A maior produtora de minério de ferro do mundo apontou que a demanda para o principal ingrediente do aço está robusta na China e que o preço da commodity não deverá cair abaixo de 110 dólares neste ano, disse o diretor de Ferrosos da Vale, José Carlos Martins, durante uma teleconferência para comentar os resultados do primeiro trimestre, divulgados na véspera.

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“Não acreditamos que preço possa sofrer muito, acreditamos que as perspectivas de longo prazo deverão continuar favoráveis para o nosso produto”, disse Martins, ao comentar a maior oferta esperada da Austrália.

A demanda na China, maior consumidor de minério de ferro do mundo, está sendo impulsionada pela produção de gusa e DRI, explicou Martins.

O ferro-gusa e o DRI (formas brutas do metal) estão acrescentando cerca de 70 milhões de toneladas na demanda chinesa por minério de ferro.

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No primeiro trimestre de 2013, o mercado do aço na China mostrou performance “muito boa”, disse Martins.

Apesar do aquecimento da demanda e dos baixos estoques de minério em portos e siderúrgicas, situação que ainda persiste segundo a Vale, o preço do minério de ferro vendido pela mineradora foi, em média, de 111,69 dólares por tonelada nos primeiros três meses do ano, uma queda de 5,4 por cento em relação à média do mesmo período do ano passado –a cotação, no entanto, ficou acima dos 100,43 dólares do quarto trimestre.

A Vale informou que contratos de venda de minério com média de preços desfasada ajudaram a mineradora no quarto trimestre, mas no primeiro trimestre afetaram a companhia porque não captaram na íntegra a disparada da commodity no mercado chinês.

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Os preços realizados do minério de ferro aumentaram em relação ao trimestre anterior, mas o acréscimo foi suavizado pela queda significativa dos preços de contratos baseados na média dos índices de preços com defasagem, explicou a mineradora em seu relatório financeiro divulgado na quarta-feira.

Cerca de um terço das vendas praticadas pela Vale no primeiro trimestre foram com base no mercado “spot”, após a data de entrega; mais da metade foram baseadas no trimestre corrente, preços “spot” mensais e diários; e 13 por cento atreladas à média de três meses com um mês de defasagem (VRP).

Além da sustentação da China indicada no balanço financeiro da Vale (segundo o qual portos e siderúrgicas continuam com estoques baixos), o cenário para demanda por minério de ferro na Europa é estável, disse Martins.

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Uma maior produção prevista de minério na Índia também não deverá afetar os preços, já que o produto deverá ser consumido internamente, segundo o executivo.

A Vale disse também que preço do níquel só tende a subir, e que o “cenário de longo prazo do preço do cobre é bom”.

A Vale teve lucro líquido de 6,2 bilhões de reais no primeiro trimestre deste ano, superando as estimativas de analistas, com cortes de custos ajudando a empresa a compensar a queda no preço do minério de ferro.