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BUENOS AIRES – A Argentina poderá estender por 30 dias, a partir de 22 de abril, a ordem para que a mineradora brasileira Vale (VALE3; VALE5) e suas empreiteiras mantenham os empregados que executavam o projeto de potássio suspenso na província de Mendoza.
O governo argentino ordenou em 15 de março que a Vale e as empreiteiras mantivessem o pessoal empregado, após a segunda maior mineradora do mundo ter anunciado a paralisação do projeto Rio Colorado.
Cerca de 6.900 pessoas foram contratadas pela Vale e suas empreiteiras para executar o projeto, que contemplava a extração de potássio, seu transporte em ferrovias e seu embarque em portos argentinos com destino ao Brasil.
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Um vertiginoso aumento de custos, restrições cambiais, uma queda no preço global do potássio e a decisão de concentrar seus negócios no minério de ferro, do qual a Vale é o maior produtor global, levaram a mineradora a interromper o projeto, que previa investimentos de 6,5 bilhões de dólares.
“Por não ter se chegado a uma solução, o ministério tem instruções expressas da Presidência da nação para pôr em prática o procedimento preventivo de crise para que o prazo de cobertura dos trabalhadores se estenda por mais 30 dias”, disse nesta terça-feira o ministro do Trabalho, Carlos Tomada, segundo nota publicada no site do governo na Internet.
A atual ordem do Ministério do Trabalho vigora até 22 de abril, acrescentou.
Segundo o ministro, o governo busca com a medida “garantir a paz social” e “a defesa do emprego na Argentina.”
Uma fonte com conhecimento da situação disse que a medida também serve para dar mais tempo à Vale para que venda o projeto a algum interessado em dar continuidade a ele.
(Por Guido Nejamkis, com reportagem adicional de Esteban Israel, em São Paulo)