Ágora vê potencial para as ações da Vale subirem mais de 35% em 2013

Corretora recomenda compra para papéis preferenciais da mineradora; estável demanda chinesa por minério de ferro e adoção de uma estratégia de investimento mais conservadora sustentam visão atrativa para ativos

Paula Barra

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SÃO PAULO – A Ágora Corretora vê espaço suficiente para o avanço da ação da Vale (VALE3; VALE5), e revisa suas estimativas para longo prazo para a mineradora. A recomendação da corretora é de compra para o papel preferencial, com um novo preço-alvo de R$ 54,00 para dezembro de 2013 – o que representa um potencial de valorização de 36,61% em relação ao fechamento da última sexta-feira (11).

O crescimento aparentemente estável da demanda chinesa por minério de ferro e a adoção de uma estratégia de investimento mais conservadora levam os analistas Aloisio Villeth Lemos e Aline Tavares da Silva a sustentarem uma tese de investimento atrativa para as ações da companhia. 

Para eles, o preço do minério de ferro deve se ajustar em um patamar em torno de US$ 120 a tonelada em 2013, com tendência de redução nominal num horizonte mais amplo para um valor próximo de US$ 100 a tonelada. 

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De acordo com as estimativas dos analistas, o saldo entre a demanda e oferta de minério de ferro vai dar um salto, saindo de um patamar negativo pouco superior a 50 milhões de toneladas neste ano para um pico próximo de 500 milhões de toneladas em 2018. 

Além disso, eles apontam que a otimização das despesas operacionais e o aumento dos volumes de minério de ferro e carvão também devem impactar positivamente os lucros da empresa, mesmo em um cenário de estresse para os preços. 

A Vale espera implementar cortes não só relacionados à execução dos projetos, mas também tem intenção de reduzir gastos de pesquisa e desenvolvimento para US$ 1,1 bilhão em 2013, de US$ 2,4 bilhões do guidance de 2012. Os gastos de 2013 devem se concentrar mais em metais ferrosos, que receberão 49% do orçamento esperado; os projetos de carvão receberão 14%, enquanto os investimentos em metais básicos devem contar com 20%.  

Os analistas ainda ressaltam que as alterações estratégicas que vêm sendo promovidas deverão provocar modificações relevantes no mix de negócios da Vale ao longo dos próximos anos. Segundo eles, as receitas do segmento de minério de ferro devem reduzir até 2020 de 73% para 55%, enquanto a divisão de carvão deve ganhar peso, indo de 3% para 11%, mesmo caminho que deverá ser seguido pela área de fertilizantes, que pode ver a participação de suas receitas elevar de 5% para 11%.