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SÃO PAULO – As ações da Vale (VALE3;VALE5) sofreram uma reviravolta na última semana. Os papéis VALE3 e VALE5, que vinham de sucessivas quedas em meio ao pessimismo com a redução dos preços de minério de ferro – de US$ 134 por tonelada no final de julho para US$ 87 em 5 de setembro – voltou a ter um desempenho positivo. Isto devido ao plano de investimentos divulgado pela China na última sexta-feira (7), que levou os preços do minério para os US$ 100 em poucos dias.
De acordo com o Safra, a produção chinesa, que está atualmente em um patamar alto, deve continuar assim. Com isso, o analista Leonardo Alves acredita que o preço do minério chegue a US$ 120 por tonelada. Isso faz com que a Vale, a maior produtora mundial de minério de ferro do mundo, siga como a preferida do banco no setor de mineração. Dentre os motivos, aponta o analista, está a forte correlação positiva entre o desempenho das ações com o preço do minério de ferro.
Além destes fatores, Alves considera o valuation da Vale como bastante atrativo, além de ver a companhia com bons projetos de crescimento e de ser uma boa pagadora de dividendos. Com isso, o Safra segue com a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para os papéis ordinários.
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Outro ponto relevante, aponta o analista é o alto custo de produção o minério de ferro na China, acima de US$ 120 por tonelada, o que levariam as suas produções a já estarem fora do mercado, o que não ocorreu por intervenção do governo local. “Entretanto, quanto à produção de aço, por ser um setor não intensivo em mão de obra e não controlado pelo governo, não esperamos que haja intervenção no momento”, afirma Alves.
Otimismo com siderurgia não se sustenta
Além do minério de ferro, aponta Alves, o carvão metalúrgico também está sofrendo com a expectativa de crescimento menor para o PIB chinês, com as suas cotações caindo de US$235 por tonelada para US$160, resultando em uma expressiva queda de 32%. Essa redução nos preços acaba trazendo custos menores para todas as siderúrgicas brasileiras que necessitam comprar o produto.
Contudo, afirma Alves, a indústria siderúrgica mundial possui uma significativa capacidade ociosa, fazendo com que qualquer redução nos custos resulte em preços mais baixos. “Neste cenário, a Gerdau (GGBR4) seria a mais beneficiada por uma queda nos preços de matéria prima, uma vez que o segmento de aço longo é mais voltado para o mercado doméstico, com preços levando mais tempo para se ajustar aos preços internacionais”, afirma o analista.
Por outro lado, a proposta do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) para aumentar a tarifa de importação beneficiaria os produtores de aço plano, segundo o analista. Com isso, aponta, os produtores de aço plano vão conseguir manter preços em um cenário internacional enfraquecido, abastecido anteriormente pelas importações, e também recuperar participação de mercado. Entretanto, este efeito não deve ser sustentável, se limitando a 2013.
Com isso, o analista mantém a recomendação underperform para os papéis da Usiminas (USIM3; USIM5) e neutra para a CSN (CSNA3), uma vez que estes tiveram desempenho superior aos ajustes no preço-alvo.
Veja a recomendação do Safra para o setor de mineração e siderurgia:
Empresa | Ticker | Recomendação | Preço-Alvo para 2013 |
Upside* |
Vale ON | VALE3 | Outperform | R$ 49,00 | +31,44% |
Vale PN | VALE5 | Neutra | R$ 45,00 | +24,04% |
Bradespar | BRAP4 | Neutra | R$ 37,00 | +26,11% |
Gerdau | GGBR4 | Outperform | R$ 22,00 | +11,17% |
Metalúrgica Gerdau | GOAU4 | Outperform | R$ 28,00 | +12,90% |
CSN | CSNA3 | Neutro | R$ 13,00 | +9,98% |
Usiminas ON | USIM3 | Underperform | R$ 11,60 | -6,22% |
Usiminas PN | USIM5 | Underperform | R$ 10,50 | -2,33% |
Magnesita | MAGG3 | Neutra | R$ 8,00 | +9,74% |
*Em relação ao fechamento de quarta-feira (12)