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SÃO PAULO – Em meio às aquisições de drogarias realizadas desde o dia 18 de janeiro, a Profarma (PFRM3) entrou em uma outra etapa de sua estratégia de crescimento, que passou por expansão geográfica e diversificação de produtos.
Desta forma, segundo apontado por Max Fischer, diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, em entrevista exclusiva ao Portal InfoMoney, a estratégia é de entrar no segmento de varejo, mas sem perder o foco nas outras áreas da empresa.
Fischer aponta para a história da companhia, que atua no setor de distribuição atacadista de produtos farmacêuticos há mais de 50 anos. Posteriomente, a companhia passou a ter cerca de 12 centros de distribuição, que abrangem as regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Esta estratégia de expansão, que ocorreu entre os anos de 1997 e 2000, proporcionou um crescimento médio de 25% da empresa, enquanto a alta foi de 13%.
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Ao planejar quais seriam os segmentos de atuação, a companhia seguiu com compras no segmento hospitalar em São Paulo e no Rio de Janeiro entre 2003 e 2004 e, no ramo de vacinas em 2005 e mantiveram um avanço orgânico de cerca de 14%. A partir de 2008, Fischer ressalta que a atuação foi em duas frentes: a de consolidação dentro do setor, aproveitando as oportunidades e o foco em aquisições.
Intenção não é aumentar concorrência
Depois da realização destes negócios, a Profarma percebeu que já era a hora de entrar no mercado de varejo, dada as maiores margens de rentabilidade e a grande fragmentação do setor.
As aquisições refletem este momento, aponta o diretor de RI, com a conjuntura macroeconômica como aumento de renda associada ao envelhecimento da população e ao crescimento dos genéricos. Com as compras, a expectativa é de fortalecimento da indústria, maiores sinergias, de armazenagem e compras.
Entretanto, ressalta Fischer, a intenção da companhia não é concorrer com as grandes varejistas do setor, como a Raia Drogasil (RADL3) e a BR Pharma (BPHA3). Fischer destaca que a entrada no varejo foi realizada por meio de duas empresas conhecidas do mercado, como a Drogasmil e a Farmalife. Posteriormente, a companhia comunicou a aquisição da Rede Tamoio.
Entretanto, vale ressaltar que, com essas aquisições, a companhia está entre as dez maiores farmacêuticas de varejo do Brasil. Com as três aquisições, a Profarma terá 140 lojas e terá um faturamento de R$ 645 milhões no ano.
“A companhia seguirá com os seus ramos de atuação, explorando os canais de distribuição e o segmento hospitalar; o varejo é mais um dos segmentos de atuação da companhia, de forma a buscar a diversificação da Profarma”, avalia o executivo.
Desta forma, Fischer ressalta que a Profarma conseguirá ser um modelo de distribuição mista de sucesso nos próximos anos. Segundo ele, a companhia seguirá atuando com os seus parceiros de varejo, continuando com os seus serviços no longo prazo. Além disso, ressalta o diretor, não há ainda expectativa por novas aquisições.
Visibilidade das ações
Com as aquisições, Fischer ressalta que as ações da Profarma ficarão mais visíveis na Bovespa, destacando o forte movimento das ações observado desde o dia do primeiro anúncio de aquisição, em 18 de janeiro.
Os papéis da companhia registraram alta de cerca de 36% nas últimas onze sessões. Em 18 de janeiro, dia do anúncio da primeira aquisição, os papéis subiram 13,04% e registrou cinco dias seguidos de alta na bolsa. Já no dia 31, os papéis subiram 12,01%, com o anúncio da compra da Tamoios.
Desta forma, as ações da companhia passaram a registrar fortes altas, uma forma do mercado ajustar as expectativas em meio à maior exposição no varejo. Com isso, os papéis passam a ser negociados a múltiplos mais comparáveis a outras empresas varejistas, como BR Pharma e Raia Drogasil, apesar da diferença dos múltiplos ainda ser bastante expressiva.