Bolsonaro elogia Guedes, mas não garante manutenção do ministro em eventual 2° mandato

Presidente afirmou que ministro da Economia é um exemplo de gestão em momento difícil, mas encerrou entrevista sem cravar permanência

Estadão Conteúdo

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), cumprimenta o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante reunião com empresários promovida pela CNI em 7 de dezembro de 2021 em Brasília (Foto de Mateus Bonomi/Getty Images)

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O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), evitou responder de forma direta nesta quarta-feira (5) se o ministro da Economia, Paulo Guedes, continuaria à frente da Pasta em um eventual segundo mandato. Ao ser questionado sobre o assunto, o chefe do Executivo elogiou o ministro e disse que ele merece um Prêmio Nobel.

Após a imprensa insistir na pergunta, o candidato à reeleição encerrou a coletiva que concedia no Palácio da Alvorada.

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“Olha, o Paulo Guedes é um exemplo de gestão no momento mais difícil da história do Brasil. Não perdemos emprego em 2020 e 2021, muito pelo contrário. Todo mundo pensava que em 2020 a gente ia cair 10% em termos de PIB e caímos 4%. Guedes tomou medidas fantásticas. Costumo dizer que a grande vacina para a economia foi em 2019, com a lei da liberdade econômica”, respondeu Bolsonaro, ao ser questionado sobre a permanência de Guedes.

Benção de Deus

“Um homem que age dessa maneira é uma bênção de Deus. Durante momentos difíceis, teve gente que criticou muito o Paulo Guedes. Alguns queriam que eu trocasse de ministro. Eu falei jamais vou trocar de paraquedas depois de sair do avião. Então, o Paulo Guedes merece respeito da nossa parte, consideração, merece um Prêmio Nobel de Economia. Assim como Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, tem recebido elogios no mundo todo”, emendou o chefe do Executivo.

Bolsonaro, então, disse que “abriu mão de poder” durante seu governo. “Eu abri mão do Banco Central. Você, com a indicação do Banco Central, pode ir para o lado do bem ou lado do mal. Pode defender interesses mais variados possíveis. O próprio Palocci disse, em delação premiada, que tudo foi aparelhado no governo Lula, exceto o Banco Central. E eu abri mão do Banco Central”, declarou, em referência à autonomia do BC aprovada pelo Congresso durante seu governo.

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Ao ser questionado pela segunda vez sobre a permanência de Guedes no Ministério em caso de reeleição, Bolsonaro encerrou a coletiva que concedia ao lado do governador reeleito do Paraná, Ratinho Junior (PSD), que foi à residência oficial para declarar apoio ao candidato no segundo turno da eleição contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Tubaína e perda de poder

No dia 26 de agosto, durante a campanha eleitoral no primeiro turno, Bolsonaro elogiou a “lealdade” de Guedes e, ao recorrer a uma figura de linguagem, disse que toma “tubaína” com o titular da Economia “sem problema nenhum”.

Ao longo do mandato, houve diversos rumores de que Guedes poderia deixar o governo, o que não se confirmou. Na campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro apelidou o economista de “Posto Ipiranga”. Depois de assumir como “superministro”, contudo, Guedes foi perdendo poder de decisão para a ala política do Palácio do Planalto.

A pasta da Economia reuniu, em 2019, diversos ministérios, como a Fazenda, o Planejamento e a Indústria e Comércio. Para abrigar o aliado Onyx Lorenzoni, contudo, o presidente recriou no ano passado o Ministério do Trabalho e Previdência, que estava sob o comando da Economia. Se reeleito, Bolsonaro já disse que pretende recriar também a pasta da Indústria e Comércio.

Em dezembro, o governo também determinou que a Casa Civil teria a palavra final sobre a gestão do Orçamento, prerrogativa que por décadas havia sido da equipe econômica, o que representou uma vitória do Centrão, que passou a sustentar o governo Bolsonaro no Congresso.

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