Itaú BBA eleva recomendação para Petrobras com preço-alvo em R$ 14,00

Entre os fatores positivos para a companhia, eles destacam ainda a valorização do real, a nova diretoria e a mudança de governo

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Otimistas com a nova gestão e a mudança de governo, os analistas Diego Mendes e André Hachem, do Itaú BBA, elevaram a recomendação para as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) de neutra para “outperform”, com aumento do preço-alvo em 55%, passando de R$ 9,00 para R$ 14,00. Entre os fatores positivos para a companhia, eles destacam ainda a valorização do real, que ajudam a melhorar o “cash-flow”.

“Acreditamos que a nova gestão (com novas diretrizes), a redução de custos, o programa de venda de ativos e um melhor ambiente para o gerenciamento de passivos, serão os pilares para a melhoria sustentável [da Petrobras]”, disseram os analistas em relatório nesta segunda-feira (11).

Por outro lado, a equipe do Itaú ressalta que os desafios a serem superados pela companhia no curto e médio prazo, como as discussões fiscais e os processos nos Estados Unidos, permanecem, mas os analistas acreditam que eles já foram precificados pelo pelo mercado.

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Se o diesel e a gasolina não tiverem seus preços alterados a queda do dólar acaba tendo um efeito limitado sobre o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia. Por outro lado, este câmbio reduz significativamente os pagamentos de juros, amortização de dívida a vencer, e capex (em grande parte denominada em dólar), resultando em uma queima de caixa muito menor, explicam os analistas.

E, segundo o relatório do Itaú, a expectativa é que realmente não haja mudanças nos preços dos combustíveis nos este ou no próximo ano. “Sob nosso cenário de preço do petróleo de US$ 47 o barril para 2016 e US$ 55 para 2017 – usando um câmbio médio de R$ 3,47 para 2016 e R$ 3,37 para 2017 – é improvável que a Petrobras aumente os preços porque ainda haveria um prêmio no mercado doméstico”, disseram os analistas. “Também não espere que a Petrobras divulgue uma fórmula de preços no curto prazo”, completam.

Apesar do otimismo, os analistas do banco colocam como principais riscos para a petrolífera: i) desvalorização do real; ii) mudanças no cenário político; iii) uma falha da administração em realizar todas as mudanças necessárias; e iv) um acordo maior do que o esperado para a ação de classe nos EUA.

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“A desvalorização do real poderia reacender as preocupações sobre as finanças da Petrobras. Uma mudança no cenário político poderia afetar as perspectivas macro, bem como a gestão da empresa. Se melhorias operacionais não se materializarem, seria de se esperar uma punição do mercado nas ações. Na ação de classe EUA, estamos a considerar um acordo de US $ 3 bilhões. Valores mais elevados teriam um impacto negativo sobre o fluxo de caixa”, completam os analistas.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.