“Somos vendedores”, diz Morgan sobre Petrobras; disparada recente foi exagerada

Banco cortou preço-alvo dos ADRs da estatal de US$ 7,20 para US$ 4,00

Paula Barra

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SÃO PAULO – A recente reação da Petrobras (PETR3; PETR4) na Bolsa não alterou a percepção do Morgan Stanley sobre a ação: “seguimos vendedores”, disseram os analistas, em relatório desta terça-feira (13). Para eles, a recente disparada das ações (cujas ordinárias subiram 44% do fechamento do dia 28 de setembro até a última sexta-feira) foi “exagerada”.

Sem uma material injeção de capital, o valor da ação para os acionistas segue limitado, comentaram os analistas Bruno Montanari e Madalena Carmona e Costa, do banco. Eles seguem com recomendação underweight para os ADRs (American Depositary Receipts) da estatal, embora tenham cortado o preço-alvo de US$ 7,20 para US$ 4,00.

A revisão ocorre em meio ao corte em mais de 10% na expectativa para a curva de produção da companhia no longo prazo. O novo preço-alvo indica um downside (potencial de desvalorização) de 30% em relação aos preços atuais. 

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Apesar do novo preço-alvo implicar um potencial de desvalorização de 30% nos ADRs, os analistas ressaltam que, no pior cenário, projetam um downside de mais de 80%. Sendo negociada a 6,4 vezes o Ebitda estimado para 2016, a Petrobras negocia a um prêmio de 18% dos seus pares globais. Por isso, eles dizem que a ação está cara quando comparada a seus concorrentes.

Segundo cálculos dos analistas, a Petrobras necessita levantar cerca de US$ 16 bilhões até 2016 para sustentar uma mínima posição de caixa de US$ 15 bilhões, excluindo novos financiamentos ou adicional evento de liquidez. “Estamos preocupados com a concentração de maturação de dívidas no primeiro trimestre de 2017, que estimamos em US$ 6,2 bilhões (sendo cerca de US$ 4,8 bilhões em títulos). 

Nesta sessão, as ações da estatal afundavam cerca de 5% às 14h30 (horário de Brasília). Essa é a primeira queda do papel depois de seis altas seguidas na Bovespa.