Ex-diretor irá à CPMI da Petrobras – mas não deverá falar sobre o que interessa

De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, o ex-diretor deve ficar calado para não prejudicar o julgamento de sua ação de delação premiada, pronta para ser decidida pelo STF

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Amanhã é o dia do tão esperado depoimento do ex-diretor da Petrobras (PETR3;PETR4) Paulo Roberto Costa na CPI Mista, autorizado pela Justiça. Porém, ele não deve falar nada em relação aos assuntos tratados para que houvesse o acordo da delação premiada, mesmo com a pressão da oposição para que ele revele detalhes do esquema de corrupção na estatal.

De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, o ex-diretor deve ficar calado para não prejudicar o julgamento de sua ação de delação premiada, pronta para ser decidida pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Caso ele dê qualquer informação sobre o que delatou, o acordo será anulado assim como os benefícios previstos, de acordo com três especialistas ouvidos pelo jornal. Ele poderia até mesmo perder o direito de poder sair da prisão, o principal benefício da delação. 

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De acordo com a revista Veja, Costa teria relatado o nome de importantes políticos brasileiros envolvidos no esquema de corrupção na estatal.  Entre os citados pelo executivo estão os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA).

Do Senado,  estão na lista Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR). Entre os deputados estão Cândido Vaccarezza (PT-SP) e João Pizzolatti (PP-SC), além do ex-ministro das Cidades e ex-deputado Mario Negromonte, também do PP. Vacarezza já teria aparecido nos depoimentos do doleiro Alberto Youssef. 

Entre os governadores, a lista tem Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio, Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão, e Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência da República morto em um acidente de avião no dia 13 de agosto.

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O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, em Curitiba, autorizou ontem que Costa deixe a prisão para prestar depoimento. Na decisão, Moro pediu que a Polícia Federal (PF) faça a escolta de Costa até o Congresso Nacional. Ele está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.

Apesar de não depender de autorização da Justiça para ouvir o ex-diretor, conforme deliberou o ministro Teori Zavascki, do STF, a CPMI precisava de uma posição formal do juiz para transportar Costa até Brasilia. Sérgio Moro determinou que o uso de algemas seja evitado pelos policiais, porque o ex-diretor não é acusado de crimes com violência ou grave ameaça. O juiz também deixou claro que a CPMI deve garantir os direitos do investigado, como receber assistência de seu advogado e de ficar calado durante a audiência.

(Com Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.