A reunião de 6 horas que vale mais de R$ 20 bilhões para a Petrobras

O bom humor do mercado foi diluído com as notícias de que Dilma e Mantega seriam contra mecanismo de ajuste, que poderia voltar a trazer um efeito indexador para a economia brasileira

Felipe Moreno

Visão aérea da plataforma P-52 da Petrobras na Bacia de Campos. 28 de novembro de 2007. REUTERS/Bruno Domingos

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SÃO PAULO – A Petrobras (PETR3; PETR4) teve uma das principais reuniões de conselho de sua história, para discutir a metodologia de reajuste automático. Nesta sexta-feira (29), Guido Mantega, ministro da Fazenda e presidente do conselho, esteve reunido com Maria das Graças Foster, presidente da companhia, Luciano Coutinho, presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) e outros conselheiros, que incluem nomes ilustres como Márcio Zimmermann e Jorge Gerdau. 

A reunião durou seis horas e trata da notícia mais importante para a companhia nos últimos meses – ao ser mencionado, pela primeira vez, nos últimos resultados da empresa, fez as ações da companhia dispararem e ganharem R$ 20,5 bilhões em um único pregão, tornando-se a “frase mais bilionária da empresa”.

O bom humor do mercado foi diluído com as notícias de que Dilma e Mantega seriam contra esse mecanismo, que poderia voltar a trazer um efeito indexador para a economia brasileira – trazendo efeitos perversos para a economia. Isso fez com que as ações da Petrobras caíssem e perdessem os R$ 20 bilhões de valor de mercado. Fora as inúmeras perdas que essa política tem feito, atualmente estimadas em mais de R$ 100 bilhões. 

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A empresa, que chegou a valer R$ 271,4 bilhões na semana passada, hoje vale R$ 244,5 bilhões – mesmo com a alta de 3,33% e 2,47% dos ativos ordinários e preferenciais nesta sessão. A expectativa é que a longa reunião traga, se não uma decisão definitiva sobre a metodologia, um reajuste nos preços de gasolina e diesel. 

A importância da metodologia é, além de reduzir a defasagem entre os preços praticados aqui e no exerior, aumentar a previsibilidade das receitas da Petrobras no curto prazo. Isso é especialmente importante para que a empresa consiga executar seu ousado plano de investimentos, que visa desenvolver a área do pré-sal. Só faltou combinar com o governo.