Governo elevará preço do combustível em 10% no final deste ano, diz O Globo

Aumento será de 10% nas refinarias, com impacto de 5% para o consumidor, segundo a publicação; autoridades negam discussão sobre reajuste

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Apesar de autoridades presidenciais negarem que tenha sido discutido o reajuste de combustíveis na última quarta-feira, as sinalizações são cada vez mais fortes de que ocorram ajustes ainda este ano, de acordo com a imprensa nacional.

Nos bastidores do governo, de acordo com informações do jornal O Globo, uma das propostas é autorizar um aumento de cerca de 10% das refinarias no final deste ano, repassando a mudança estrutural do preço do petróleo, e o restante em 2014. Aos postos, a alta ficaria em 5% – isso porque o impacto equivaleria à metade do que é concedido na refinaria. 

Segundo o jornal, os bastidores do governo apontam que a primeira parcela de alta se daria entre o Natal e o Ano Novo e a segunda, na sexta-feira de Carnaval, o que diminuiria o impacto da opinião pública em um ano eleitoral.

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Outros fatores a serem avaliados para o aumento dos preços só no final do ano, além da pressão com a desvalorização do real para o caixa da companhia, são o impacto sobre quem será o novo presidente do Federal Reserve e dos reajustes do diesel antes do período de chuvas. Nesta época, o governo recorre às térmicas, que usam o diesel, para suprir a necessidade de energia do Brasil. 

Contudo, técnicos do governo estimam as necessidades de reajuste em torno de 25% e 30% nos preços de combustíveis nas refinarias. Desta forma, em meio a forte pressão financeira sofrida pela Petrobras (PETR3;PETR4), não se descarta a hipótese do governo cobrir a defasagem com recursos públicos.

Por outro lado, avalia-se em Brasília que a forte expansão da oferta de álcool hidratado já serviu para aliviar o volume de importações de combustíveis, dissipando boa parte da pressão sobre o caixa da empresa. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.