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SÃO PAULO – Alvo de crítica por boa parte de investidores e analistas nos últimos meses, a Petrobras (PETR3, PETR4) certamente surpreendeu muita gente neste mês de março na bolsa de valores. As ações da petrolífera acumularam em março uma valorização de 16,29% para as ações ordinárias (PETR3) e de 10,48% para as preferenciais, ocupando assim a 2ª e a 4ª posição entre as maiores altas do Ibovespa no mês – o índice de ações, aliás, registrou queda de 1,86% no período.
A forte alta neste mês veio logo após um fevereiro desastroso para a estatal: na noite do dia 4 de fevereiro, junto com a divulgação do balanço de 2012, a companhia anunciou o corte nos dividendos pagos pelas ações ON, o que fez com a que PETR3 despencasse no pregão do dia 5 para o seu menor patamar desde 2005. Mantendo a tendência negativa, os papéis ordinários caíram 20,5% em fevereiro, bem mais forte que os preferenciais, que recuaram 8,13%.
Se no começo do fevereiro um fato foi suficiente para derrubar o valor de mercado da empresa, uma outra notícia teve efeito contrário na primeira semana de março: o reajuste de 5% no preço do diesel. No dia seguinte à notícia, os papéis ordinários da Petro subiram 15,16%, enquanto os preferenciais avançaram 9,00%. O movimento se estendeu no dia seguinte: alta de 4,94% para PETR3 e 4,99% para PETR4.
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Dividendos voltarão a ser iguais?
O fato dos papéis ordinários terem recuado muito mais que os preferenciais em fevereiro colaborou para essa alta mais forte deles neste mês. Em relatório divulgado no começo do mês, o analista Leonardo Alves, do Banco Safra, acredita que o prêmio justo entre as ações vai depender de quando a Petrobras voltará a pagar dividendos iguais novamente. “Acreditamos que a empresa volte a pagar dividendos após ter aumento de fluxo de caixa ou se o montante necessário para igualar dividendos não for tão elevado quanto em 2012/13”, diz Alves.
Contudo, embora a própria diretoria da empresa já tenha dito sobre a possibilidade de voltar a pagar dividendos iguais para as ações ordinárias e preferenciais, existe uma parte do mercado que não acredita nessa volta. “Acreditamos que essa política de diferenciação de dividendos das ações da Petrobras veio para ficar, assim justificando o prêmio nas preferenciais”, disse a equipe de gestão da Apex Capital, em carta aos cotistas neste mês.
