Com resultado e corte nos dividendos, ação ON da Petrobras despenca

Companhia comunicou proventos mais baixos para os papéis ordinários, que chegaram a recuar 5,8%; contudo, leilão de abertura da Bovespa chegou a indicar que a ação cairia mais de 8%

Paula Barra

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SÃO PAULO – As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) são fortemente penalizadas no início do pregão desta terça-feira (5). Além do resultado, o mercado teme o corte de dividendos das ações ordinárias – o que faz com que esses papéis negociem com uma desvantagem em relação aos preferenciais.

As ações PETR3 demoraram 15 minutos para abrir pois estavam em leilão devido à grande distância entre o preço teórico – obtido pela melhor oferta e compra com a melhor oferta de venda – e o fechamento anterior. Essa distância chegou a apontar que os ativos ordinários iniciariam o pregão com queda de mais de 8%, cotados abaixo de R$ 17,00 – caso isso ocorresse, seria o menor patamar da ação desde 2006.

No entanto, até que o leilão se encerrasse, as ações se recuperarm e iniciaram o pregão a R$ 17,45, valor 3,59% menor do que o fechamento de segunda-feira. Já a cotação mais atual de PETR3, vista às 10h36 (horário de Brasília), estava em R$ 17,16, o que indica queda de 5,19%

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Um pouco mais distante aparecem as ações PETR4, que recuam 2,06%, sendo cotadas a R$ 17,63. Mesmo com o dia negativo dos papéis da Petrobras – que juntas respondem por mais de 10% da composição do Ibovespa -, o índice opera com alta de 0,25%, alcançando 59.727 pontos.  

Menor juros sobre capital próprio
Em comunicado sobre resultados, a companhia anunciou dividendos no valor de R$ 8,876 milhões – menor valor desde 2009, quando totalizou R$ 8,335 milhões -, distribuídos na forma de juros sobre capital próprio, correspondendo a R$ 0,47 para ações ordinárias e R$ 0,96 para ações preferenciais, dos quais R$ 2,609 milhões foram pagos no decorrer de 2012. Historicamente, esse pagamento era realizado de forma uniforme entre os papéis ON e PN.

Essa mudança deve ter como objetivo principal melhorar a eficiência operacional da companhia, que vem sofrendo fortemente com a divisão de abastecimento. “Esse corte provavelmente deve-se a necessidade de caixa da Petrobras, e como a União Federal é a maior acionistas da empresa – com 50,3% das ações ordinárias -, o governo, que seria o principal beneficiado, deve ter decidido abrir mão desse dividendo justamente para a companhia fazer uso do caixa e buscar crescimento de produção”, disse o analista Eduardo Machado, da Amaril Franklin. 

No último trimestre, a companhia apresentou um fraco desempenho operacional em função principalmente de custos mais elevados que, de acordo com a empresa, eram previsíveis, como a maior depreciação devido ao uso de mais equipamentos, bem como o impacto no aumento das importações de diesel e gasolina, o que levou a uma menor margem bruta, em 22,6%, contra 24,5% no terceiro trimestre.