Meta de produção da Petrobras não era realista, alerta Graça Foster

Companhia não respeitou a meta nos últimos oito planos, o que levou a petrolífera a reduzir as projeções para números mais reais

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – A meta de produção na Petrobras (PETR3, PETR4) não era realista, declarou nesta segunda-feira (25) a presidente da petrolífera, Maria das Graças Foster, em apresetanção do Plano de Negócios entre 2012 e 2016.

Quando a companhia apresentou seu plano de negócios, as ações da companhia foram fortemente impactadas devido a uma queda na meta de produção em conjunto com uma elevação nos investimentos.

Graça Foster, aliás, apresentou os números dos últimos oito planos de negócios para reforçar que a empresa historicamente não cumpre a meta de produção. Segundo ela, a orientação dada para toda sua equipe técnica foi para que trabalhassem com “metas absolutamente realistas”. “Não é possível considerar milagres”, alertou.

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Novas unidades de produção ajustadas
Anteriormente, a Petrobras previa alcançar uma produção de 3,07 milhões de barris por dia em 2015, número que foi reduzido para 2,5 milhões em 2016. A principal responsável por esse desvio, mostra a apresentação da empresa, se dá com as novas unidades estacionárias de produção, responsáveis por 36% da diferença na curva de produção. 

Os cronogramas, assim como as curvas de produção e o crescimento dela eram muito otimistas, afirma o documento apresentado pela empresa nesta data. Além do mais, houve um significativo atraso na entrega de sondas importadas, em média de um ano. Ainda segundo a empresa, 23% do desvio na curva de produção leva em conta os projetos em operação, no qual se destaca a revisão para os números na Bacia de Campos.

A postergação de novas descobertas, devido ao baixo grau de maturidade, respondem por 21% do desvio na curva de produção entre os dois planos, enquanto os projetos das unidades estacionárias de produção já existentes responde por mais 20%.

Melhora nos resultados
Dessa forma, a presidente apresentou três medidas para melhorar os resultados da Petrobras. Além das metas mais realistas, Graça Foster destacou que os diretores das áreas da empresa terão a responsabilidade total pelas suas áreas, com uma disciplina rigorosa entre o desenvolvimento do projeto e a viabilidade financeira.

Por fim, a presidente também afirmou a necessidade por uma melhor sistemática de aprovação dos projetos, de modo a evitar os erros que ocorreram na refinaria Abreu e Lima.

Para isso, a antecipação de compra de equipamentos foi proibida, com excessão para a área de exploração e produção, que poderá ter esse benfício quando tal medida comprovadamente acelerar a proução de petróleo. A redução de custos e o aumento da eficiência operacional foram outros pontos abordados por Graça Foster como necessários para melhorar os resultados.