Para reparar danos, Pet Manguinhos entra com pedido de recuperação judicial

Companhia busca ressarcimento de passivo causado por expropriação do governo, além de defasagem do preço da gasolina e variação cambial

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A Pet Manguinhos (RPMG3;RPMG4) ingressou com pedido de recuperação judicial de forma a viabilizar o pagamento de um passivo gerado aos danos sofridos desde outubro de 2012, quando a companhia foi desapropriada, conforme comunicado enviado ao mercado nesta segunda-feira (21).

De acordo com a companhia, além dos danos causados pelo anúncio do decreto estadual expropriatório, contra o qual a companhia continua buscando respaldo do poder judiciário, a Pet Manguinhos citou a política de subsídios ao preço da gasolina praticada pelo governo federal. Por fim, está a alta dos insumos, em virtude da valorização do dólar frente ao real dos últimos meses, o que encareceu os produtos. 

“Um plano consistente de pagamento será apresentado aos credores nos próximos sessenta dias, para mostrar como a companhia pretende equacionar suas dívidas e conservar suas atividades, onde atua há quase sessenta anos”, afirmou a Pet Manguinhos.

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A empresa ressaltou ainda que possui confiança no poder judiciário, destacando ainda a localização estratégica que possui para a produção e importação de derivados o que, segundo ela, “levará a mesma a superar esse momento delicado, registrando, em especial, que o mercado de combustíveis vem, reiteradamente, demandando maiores volumes de produção e importação de derivados de petróleo”, concluiu. 

Desapropriação e queda das ações 
Vale ressaltar que, em outubro de 2012, o governo do Rio de Janeiro desapropriou a companhia com a pretensão de construir na área um projeto habitacional para a população de baixa renda. Em meio às discussões, a Pet Manguinhos chegou a oferecer 20% de sua área total ao governo fluminense, proposta esta rejeitada.

Neste período, as ações da companhia chegaram a ficar fora de negociação dentre os pregões de 11 a 23 de outubro. Em dezembro, a demissão de 250 funcionários da companhia e o pedido de falência da companhia completaram o cenário ruim, fazendo com que as ações ON tivessem baixa de 81,48% em 2012 e os papéis PN registrassem perdas de 75%

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.