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SÃO PAULO – Com a queda da taxa básica de juros, a procura por diversificação de aplicações dos investidores em renda fixa tem aumentado e uma das opções que surgem no portfólio são as debêntures incentivadas.
Esses ativos são títulos de dívidas de médio e longo prazos de empresas não-financeiras de diversos setores. Essas companhias usam o financiamento do crédito privado, obtido por meio da emissão das debêntures, para financiar investimentos em novos empreendimentos, expansão, etc.
Na prática, o investidor empresta dinheiro para a empresa que emite a debênture. Em troca do “empréstimo”, as companhias pagam remuneração durante um prazo previamente estabelecido, independente de a empresa apurar lucros ou prejuízo neste período.
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Entre as vantagens das debêntures incentivadas estão a proteção contra a inflação do período, a isenção de imposto de renda para pessoas físicas e o potencial de ganho superior ao de outros investimentos em renda fixa, como CDB e Tesouro Direto. Do outro lado, as debêntures – assim como os títulos do Tesouro Direto – não contam com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
Debêntures incentivadas são ligadas à captação de recursos para investimentos em projetos de infraestrutura, como saneamento básico, geração, transmissão e distribuição de energia, logística, portos, aeroportos, rodovias, etc
Veja as 10 debêntures incentivadas com a maior taxa de retorno*:
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Emissor | Ativo | Rentabilidade |
Itarema Geração de Energia | ITGE13 | IPCA + 6,32 |
Santo Antônio Energia | STEN23 | IPCA + 6,22 |
Norte Brasil Transmissora de Energia | NRTB21 | IPCA + 5,81 |
Chapada do Piauí I Holding | CHPA11 | IPCA + 5,64 |
Triângulo do Sol Auto-Estradas | TSAE22 | IPCA + 5,48 |
Companhia de Saneamento do Tocantins | SNTI13 | IPCA + 5,38 |
Extremox Transmissora do Nordeste | EXTZ11 | IPCA + 5,33 |
Companhia de Saneamento do Tocantins | SNTI23 | IPCA + 5,33 |
Ventos de São TIto Holding | VNTT11 | IPCA + 5,27 |
Matrincha Transmissora de Energia | TPNO12 | IPCA + 5,22 |
*Retorno dos títulos negociados pela XP Investimentos com base em dados de 22 de setembro
Além do investimento em uma debênture específica, o investidor pode aplicar nas debêntures incentivadas por meio de fundos de investimentos em debêntures em infraestrutura. Tanto na aplicação de debênture específica como em fundos de debêntures incentivadas, o investidor precisa fazer o trâmite com o auxílio de corretoras ou bancos.
Atualmente, o mercado de fundos abertos de debêntures incentivadas possui mais de 18 mil cotistas.
Expectativas para o segmento
O setor de infraestrutura somou investimentos de R$ 111 bilhões em 2016, o equivalente a 1,8% do PIB Produto Interno Bruto). Desse total, R$ 61 bilhões foram investimentos privados e o volume de debêntures com recursos destinados ao setor de infraestrutura foi de R$ 4,5 bilhões.
Segundo Alberto Zoffmann, head da área de financiamento de projetos da XP Investimentos, com os oito cortes seguidos da taxa básica de juros, houve um aumento na demanda dos fundos de investimentos pelos títulos corporativos. A possibilidade de investimentos também deve aumentar.
A expectativa da XP Investimentos é de que os aportes em infraestrutura sejam de R$ 139,5 bilhões em 2018, ou 1,9% do PIB, sendo R$ 84 bilhões vindos do setor privado, e aumento do volume total de debêntures incentivadas para cerca de R$ 12,7 bilhões.
Além disso, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vem diminuindo sua participação em financiamentos a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). “Isso aumenta o espaço para emissões de debêntures de infraestrutura”, afirma Zoffmann.
Veja a expectativa da XP Investimentos para a emissões de debêntures de infraestrutura em diversos setores:
Setor | Expectativa | Período |
Distribuição de energia | R$ 7,8 bilhões | 2017 a 2020 |
Geração de energia | R$ 7,2 bilhões | 2017 a 2020 |
Transmissão de energia | R$ 12 bilhões | 2017 a 2020 |
Rodovias | R$ 8 bilhões | 2017 a 2020 |
3ª rodada de leilões de aeroportos | R$ 1,8 bilhão | 2017 a 2020 |
Portos | R$ 709 milhões | 2017 a 2019 |
Ferrovias | R$ 1 bilhão | 2017 a 2020 |
Com a nova onda de privatizações, relicitações e renovações de concessões, Zoffmann também avalia que há grandes oportunidades de financiamento do pagamento de outorgas por meio de debêntures de infraestrutura. A expectativa é de que ocorra R$ 32 bilhões em pagamentos de outorgas entre 2017 e 2018, dos quais cerca de 30% serão realizados por debêntures de infraestrutura.
Zoffmann destaca que, a despeito do cenário de eleições presidenciais em 2018, os investimentos em infraestrutura devem seguir em trajetória de crescimento nos próximos anos, uma vez que o setor segue precisando de aportes.
“Qualquer governo que entrar vai investir em infraestrutura. Pode ser um movimento mais acelerado ou menos, mas vai acontecer. Todos reconhecem que o investimento em infraestrutura é necessário”, diz o executivo.