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SÃO PAULO – Na noite da última quarta-feira (19), o Copom (Comitê de Política Monetária) optou por cortar a taxa básica de juros do país em 0,25 ponto percentual, chegando a um patamar de 14% ao ano. Nesta quinta-feira (20), no entanto, os contratos de juros futuros curtos e longos operam em forte alta, o que, em teoria, vai contra a lógica do mercado após um corte de juros.
O economista e assessor de investimentos da Atlas Invest Max Scatimburgo comenta que essa alta nos DI tem relação principal com o fato de que o mercado já estaria precificando um corte mais forte na taxa básica de juros, de 0,5 ponto percentual, e teve suas expectativas frustradas. Adicionalmente, Max ainda relata que a prisão preventiva do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também pode ter influenciado esse movimento, uma vez que ela adiciona, novamente, algum grau de instabilidade política no cenário brasileiro.
Em entrevista à Bloomberg, Luiz Eduardo Portella, sócio-gestor da Modal Asset, comenta que o Banco Central não passou confiança de um ciclo longo de cortes. O mercado, de modo geral, tem concordado que o BC optou por manter um foco mais firme no controle da inflação, inclusive para evitar que um novo ciclo de alta tenha que ser necessário no médio prazo caso a inflação mostre sinais de força novamente.
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Contudo, Max Scatimburgo relata que, para ele, não há uma grande quantidade de notícias ruins no cenário atual do Brasil e afirma que os títulos públicos prefixados e atrelados ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) com vencimento no curto e médio prazo, que se valorizaram com menos força ao longo desse ano, seguem sendo boas escolhas para o investidor que queira ter um lucro mais arrojado aplicando em renda fixa.
Isso acontece pois as taxas oferecidas por esses títulos atualmente supera a expectativa em relação aos patamares que a taxa básica de juros se encontrará no futuro. Com isso, as taxas desses papéis podem apresentar mais recuos em um futuro próximo e, consequentemente, seu valor de face pode vir a se elevar mais.
Os títulos de longo prazo, por sua vez, já contam com seu movimento muito precificado para justificar mais altas, aponta Max. O Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035 acumula alta de praticamente 60% nos últimos doze meses e de 5,27% nos últimos 30 dias, de acordo com informações do Tesouro Direto.