SÃO PAULO – Muitas vezes, na hora que compramos um produto financeiro, nem paramos para olhar as taxas que estão embutidas nele. Afinal de contas, qual seria a diferença entre pagar uma taxa de 0,1%, 0,2% ou simplesmente não pagar taxas em um investimento como o Tesouro Direto?
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André Moraes, analista da Clear Corretora, explica que essa diferença pode ser extremamente grande no médio e no longo prazo. Em um estudo feito por ele, um investidor que aplicar R$ 50 mil no Tesouro IPCA+, título que remunera a inflação anual mais uma rentabilidade fixa, com vencimento em 2035 estimando uma taxa de 6% e inflação média de 4% com uma cobrança de taxa de 0,5% pagará R$ 13.506,60 para sua corretora. Já se ele for isento, todo esse dinheiro irá para o seu bolso.
O valor líquido do resgate nessas premissas para um investidor que aplicar em uma corretora que não cobra taxa de seus clientes é de R$ 260.989,55. Já para uma corretora que cobra taxa de 0,1%, esse valor cai para R$ 258.228,23, diferença de R$ 2.761,32. No caso de cobrança de taxa de 0,2%, o valor recua mais ainda: R$ 255.586,91, pagamento de R$ 5.402,64 para o bolso da corretora. Por fim, com 0,5%, a cifra final despenca para R$ 247.482,95. “Na hora de fazer a conta, percebe-se que essa diferença de taxa é brutal para o investidor. No caso de uma taxa de 0,5%, valor cobrado por corretoras de grandes bancos, o valor pago no final será de mais de 25% do montante inicial investido”.
O analista explica que essa diferença acontece, principalmente, por conta dos efeitos dos juros compostos. “Muitas pessoas migram da poupança, que no ano passado rendeu menos que a inflação, para o Tesouro Direto, que rende muito mais. Mas essas mesmas pessoas têm a oportunidade de rentabilizar mais ainda seu dinheiro optando por uma instituição que não cobre taxas de seus clientes”, explica André.
Como a custódia do título não é feita pela instituição financeira pela qual o cliente o compra, o risco de aplicar em um título não tem nenhuma relação com a corretora com a qual você investe, uma vez que isso será responsabilidade da BM&FBovespa. O risco de crédito de um investimento no Tesouro Direto, por sua vez, é do governo federal, que é considerado o melhor credor que existe no país. Tudo isso faz com que seja extremamente seguro investir por meio de uma corretora independente, desde que ela tenha uma boa plataforma e seja clara com os seus investidores.
André Moraes ainda explica que uma outra grande vantagem do Tesouro Direto é ter uma variedade de títulos que ajudam a atender clientes com perfis e objetivos diversos. “O Tesouro Selic pode ajudar o investidor que tem uma necessidade maior de liquidez. Já quem aposta em queda de juros no Brasil pode tentar os títulos prefixados. Quem tem o foco em aposentadoria ou em outros objetivos de mais longo prazo encontra uma boa escolha no Tesouro IPCA+”, atesta.
O analista ainda comenta que a escolha da Clear Corretora e da XP Investimentos de acabar com a cobrança de taxas no Tesouro Direto se deu exatamente para estimular que pequenos investidores tenham um acesso mais fácil a um bom investimento e possam conhecer outras aplicações que o ajudem a diversificar sua carteira de maneira segura, rentável e eficiente. É possível encontrar no próprio site do programa uma relação com todas as corretoras que estão habilitadas a participar dele e as taxas cobradas por elas.
A Clear Corretora conta, inclusive, com aplicativo para celulares onde o investidor pode acompanhar a evolução de seu patrimônio, a rentabilidade de seu portfólio e ver cada um dos produtos que investe. Além disso, tanto clientes quanto não clientes podem consultar ativos disponíveis na plataforma da instituição financeira para aplicar seu dinheiro.
Confira, a seguir, três estudos de caso com o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035
Para investidores com R$ 50 mil:
| Taxa | Valor líquido no resgate em 15/05/2035 | Valor pago em taxa |
| 0% | R$ 260.989,55 | – |
| 0,1% | R$ 258.228,23 | R$ 2.761,32 |
| 0,2% | R$ 255.586,91 | R$ 5.402,64 |
| 0,5% | R$ 247.482,95 | R$ 13.506,60 |
Para investidores com R$ 200 mil:
| Taxa | Valor líquido no resgate em 15/05/2035 | Valor pago em taxa |
| 0% | R$ 1.139.329,22 | – |
| 0,1% | R$ 1.127.653,55 | R$ 11.675,67 |
| 0,2% | R$ 1.115.977,88 | R$ 23.351,34 |
| 0,5% | R$ 1.080.950,86 | R$ 58.378,36 |
Para investidores com R$ 30 mil:
| Taxa | Valor líquido no resgate em 15/05/2035 | Valor pago em taxa |
| 0% | R$ 170.899,38 | – |
| 0,1% | R$ 169.148,03 | R$ 1.751,35 |
| 0,2% | R$ 167.396,68 | R$ 3.502,70 |
| 0,5% | R$ 162.142,63 | R$ 8.756,75 |
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