Especialista critica maneira como brasileiros investem; “grande banco não é lugar para investir”

Para Annalisa Dal Zotto, a maioria das pessoas acaba fazendo más escolhas na hora de investir induzidas por seus gerentes

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – Cada vez mais as pessoas têm percebido que aplicar seu dinheiro em bons investimentos é o melhor caminho para ter uma vida financeira mais tranquila e segura. No entanto, por mais que as pessoas entendam isso, muitas vezes elas não sabem quais são os melhores lugares para aplicar seu dinheiro, ou as melhores aplicações para se fazer.

“As pessoas precisam entender de uma vez que o modelo de negócios do grande banco de varejo é bom apenas para uma pessoa: seus acionistas e não seus clientes. A expectativa que temos sobre o atendimento que vamos receber no banco, na maioria das vezes, é extremamente equivocada”, crava Annalisa Dal Zotto, planejadora financeira e sócia da Par Mais Empoderamento Financeiro. “O grande banco não é lugar para investir”.

O principal fator na relação entre gerentes de bancos e clientes que a especialista critica é a falta de transparência. “Na era da internet é injustificável a cobrança de taxas altíssimas em relação ao resto do mercado em investimentos. Uma cliente minha aportava pequenas quantias por mês em 20 planos de previdência diferentes em um grande banco e acabava pagando muito mais taxas do que pagaria se investisse a quantia total investida e colocasse em apenas um plano. Como que um gerente não mostrou isso para ela?”, questiona.

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Outra situação que Annalisa sugere cautela a todas as pessoas é em relação a cartões de crédito. “Quando recebemos a fatura, somos induzidos pelo banco a pagar a tarifa mínima, para assim ter mais fôlego financeiro ao longo do mês. Mas não vemos as letrinhas que aparecem no boleto com as taxas de juros absurdas que o banco cobrará de você se optar por essa alternativa”, relata a planejadora financeira.

A executiva ainda comenta que há muito desconhecimento em relação a planos de previdência. “Muitas vezes um profissional da área vem falar que a cobrança de imposto de renda em um plano de previdência é de apenas 15%, mas isso está errado. Esse é o valor tributado na fonte, ainda é preciso levar em consideração o que será ajustado na declaração posteriormente”, critica.

“E isso tudo não é um problema dos gerentes, ou corretores de seguros, mas sim um problema do modelo financeiro dos grandes bancos de varejo mesmo. Não é surpreendente quando se observa os imensos lucros dos bancos quando se vê as práticas realizadas com muitos de seus clientes”, observa Annalisa.