Economista conta a proposta mais surreal que já ouviu de seu banco; “jamais façam isso”

Muitos bancos tentam buscar lucro com seus clientes por péssimos caminhos

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – A assessora de investimentos Carollyne Mariano está bastante acostumada a ouvir seus clientes comentarem sobre péssimos negócios financeiros que os bancos de varejo tentam vender a eles. No entanto, ela mesma já foi “convidada” por seu banco a fazer um péssimo investimento com seu dinheiro uma vez.

Há cerca de dois anos e meio, a profissional da Atlas Invest recebeu uma ligação de seu banco. A proposta era ela parcelar a fatura de seu cartão de crédito para assim ter mais dinheiro sobrando para despesas típicas de começo de ano, como com educação e IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), por exemplo.

“A taxa de juros cobrada pela grande maioria dos cartões de crédito é completamente abusiva. Uma vez que o cliente parcela a fatura, dificilmente ele consegue sair dessa dívida, uma vez que ela vira uma grande bola de neve. Como eu já trabalhava com investimentos, sabia que isso era uma grande furada, mas quis ouvir para ver até onde a proposta iria. Foi surreal”, comenta. A economista ainda conta que tinha dinheiro para pagar a fatura integralmente, o que mostra a má fé do banco em querer propor a ela uma “solução” para um problema que ela nem tinha.

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“Acredito, sinceramente, que tem muita gente que cai nesse tipo de proposta. Sou cliente do segmento de alta renda e recebi essa péssima sugestão do banco, imagino o que eles não devem oferecer para o varejo comum. Um conselho que eu posso dar para os clientes que receberem proposta semelhante é: jamais façam isso”, aponta Carollyne.

A economista comenta ainda que o cliente jamais deve pensar em se endividar no banco, especialmente com cartão de crédito ou cheque especial. “As pessoas têm o hábito de achar que cheque especial é dinheiro. Mas não é e não deve ser usado em hipótese nenhuma, os juros são muito altos”, alerta a assessora de investimentos.

Carollyne ainda explica que os bancos costumam também sugerir péssimas aplicações financeiras, como títulos de capitalização ou planos de previdência com altas taxas de administração e de carregamento. “No entanto, mesmo esses sendo investimentos muito ruins, ao menos o investidor está guardando algum dinheiro, mas, no meu caso, o banco queria me endividar mesmo”, conclui.