Entenda por que 10 mitos muito comuns sobre investimentos não passam de mentiras

Um dos mitos é acreditar que a poupança é o investimento mais seguro que existe

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – Investir é o melhor caminho para realizar sonhos financeiros de médio e longo prazo, ou mesmo para se proteger da inflação no Brasil, que está bastante acima da meta estabelecida pelo Banco Central no momento. Contudo, ao buscar informações sobre como aplicar da melhor maneira possível, o investidor, muitas vezes, se depara com informações incorretas e mentiras. Assim, o InfoMoney compilou uma lista de dez mitos muito comuns na hora de investir e explica o porquê eles não passam de mentiras.

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1º Mito: Imóvel é sempre um bom investimento
Marina Boité, assessora de investimentos da Inove Investimentos, comenta que, de fato, imóveis já foram um excelente investimento. “Entre 2010 e 2012 vivemos um “boom” imobiliário, quando o mercado se deu conta que os preços no Brasil estavam muito abaixo de seus pares globais e começou a ajustar rapidamente, combinado a uma taxa de juros inferior à que temos hoje”, atesta.

“Como a taxa Selic subiu nos últimos anos, a renda de alugueis foi deixando de ser tão interessante e muitos passaram a substituir uma renda mensal de 0,35% ou 0,40% ao mês liquido, por 1,1% líquido em ativos conservadores atualmente. Com isso, além de não comprarem mais imóveis, passaram a vender alguns de seus imóveis, gerando esse recuo dos preços”, completa Ronaldo Bella, da Allux Investimentos.

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2º Mito: O gerente do meu banco é a pessoa mais indicada para me auxiliar a investir
“Por mais legal que seu gerente seja, ele só pode oferecer investimentos do próprio banco e tem metas a bater. Ao procurar assessoria financeira em bancos de investimento (o que não envolve custos ao cliente) é possível acessar produtos de diversos emissores nacionais e internacionais e elaborar uma estratégia sob medida, ajustando a liquidez às necessidades individuais e otimizando a rentabilidade dentro do perfil de cada cliente”, comenta a assessora de investimentos.

3º Mito: Investir em Fundo Imobiliário é mais arriscado que imóveis físicos
“Um investidor que compra um imóvel físico terá que se preocupar diretamente com reformas no imóvel, vacância, qualidade do inquilino que pretende colocar, lidar com eventuais problemas de inadimplência e desocupação do imóvel, falta de liquidez, dentre inúmeras outras questões. Além disso, o aluguel que recebe ainda é tributado, e ele deve pagar Imposto de Renda. Com o mesmo valor que um investidor compra um imóvel físico, ele pode comprar inúmeros Fundos Imobiliários, passando a ter uma diversificação muito grande no número de inquilinos”, comenta Ronaldo Bella.

Adicionalmente, os fundos ainda contam com alta liquidez, uma vez que são negociados em bolsa e podem ser vendidos com tranquilidade a cada momento e o investidor não precisará se preocupar com renovações de aluguéis e ainda pagará uma corretagem muito menor ao se desfazer de seus investimentos.

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4º Mito: Poupança é o investimento mais seguro que existe
“Quando fazemos uma poupança, é como se estivéssemos emprestando dinheiro para o banco, ou seja: ele é seu credor, e crédito privado está longe de ser a opção mais protegida existente. O que dá uma maior segurança à poupança, e não exclusivamente a ela, é a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que é um fundo constituído para garantir o pagamento de alguns tipos de investimento em caso de calote por parte do credor, entre eles a poupança, LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e CDB (Certificado de Depósito Bancário)”, explica Marina.

5º Mito: Os títulos do Tesouro Direto não são mais um investimento seguro
O investidor deve sempre estar atento a boatos. Um deles que vem sendo muito circulado é o de que o governo estaria prestes a dar um calote em sua dívida pública, incluindo o Tesouro Direto após a perda do selo de bom pagador das três grandes agências de classificação de risco. Qualquer investimento continua tendo seu grau de risco, mas, dentre todos os investimentos, o Tesouro Direto, segue, na opinião de especialistas, sendo o mais seguro do país.

“O Brasil já viveu por décadas sem o grau de investimento, e só o conquistou em 2008. Perdemos este selo de bom pagador, descemos um patamar, mas existia vida antes do grau de investimento e o Brasil continua pagando bons juros. O investidor tem que aproveitar o momento de incerteza para ganhar mais com juros e corrigir adequadamente seus investimentos”, relata Claudio de Lucca, agente autônomo de investimentos na Valor a Mais.

6º Mito: Não se perde dinheiro em renda fixa
Apesar de o nome “renda fixa” sugerir uma rentabilidade já garantida, isso não é verdade, aponta Marina Boité. Esses ativos podem ter volatilidade também, mesmo que não da mesma forma que a renda variável e ainda existe o risco de crédito do investimento e a questão da liquidez também.

“O risco de mercado está relacionado a ativos com componentes prefixados, visto que uma variação positiva da taxa de juros acarretaria prejuízo para um investidor posicionado em ativo prefixado que deseja fazer resgate antecipado, quando possível. Quando isso ocorre, é aconselhável que o mesmo leve o título até o vencimento, garantindo a rentabilidade contratada”, explica.

7º Mito: “Vai na minha”
“Ao invés de estudar e aprender sobre o mercado, buscar entender mais sobre análise gráfica e fundamentalista, muita gente prefere o caminho mais fácil, indo atrás de ‘gurus’. Muitos investidores seguem cegamente as “dicas quentes” de amigos ou pessoas que acreditam saber mais que eles. Isso é muito perigoso, uma vez que ninguém consegue prever com absoluta certeza o que vai acontecer com o mercado”, alerta Ronaldo Bella.

8º Mito: A poupança (e qualquer outra aplicação financeira) está para ser confiscada
“É impressionante a quantidade de pessoas que passaram a guardar dinheiro em casa em função de boatos de calotes e confisco, estou falando de altas somas. Vale lembrar que todo o dinheiro parado na sua casa, além de um grande risco à sua segurança não rentabiliza e perde poder de compra dia a dia. Boatos como o confisco são infundados porque depois do plano Collor foram criados mecanismos de proteção para evitar que qualquer presidente promulgue uma lei com teor semelhante ao do confisco do Collor”, explica Cláudio de Lucca.

É consenso entre economistas e agentes de investimento que, no momento atual, um confisco das aplicações financeiras seria uma péssima ideia para o governo em qualquer medida e, por isso, a possibilidade de isso acontecer seria extremamente remota, se não impossível.

9º Mito: Bolsa é cassino
“Apesar de a sorte guiar alguns investidores, essa não é a maneira indicada para se operar renda variável. As escolhas devem ser feitas baseadas em análises técnica e fundamentalista para que se tenha eficiência ao investir. Estar atento aos acontecimentos locais e globais também é demasiadamente importante, pois eles têm imensa influência no comportamento dos ativos negociados”, comenta Marina Boité. “Portanto, apesar da imprevisibilidade de certos eventos, as escolhas devem ser conduzidas por um estudo bem feito, seja pelo próprio investidor, seja por um analista. Dessa forma, a sorte não será a principal influenciadora dos resultados obtidos”, conclui.

10º Mito: “Entre nesse negócio e transforme R$ 500 em R$ 50 mil em 2 meses”
“Os valores e o prazo são apenas exemplos, mas a situação é real. Existem muitas ofertas de negócio por aí que são absolutamente questionáveis, que oferecem lucros “milagrosos” em um curtíssimo espaço de tempo, muitas vezes dizendo que não há qualquer risco. Não existe milagre no mercado financeiro. Há um tempo atrás uma mulher me ofereceu um algo desse tipo. Eu questionei a respeito de como a empresa conseguia oferecer um retorno tão algo, e como ela usava esse dinheiro para render tanto. Ela não soube responder e ficou nervosa, me chamando de frouxo e medroso. Não deu alguns poucos meses, o negócio, logicamente, revelou ser um golpe”, revela Ronaldo Bella.

 

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