Conheça alguns “macetes” da renda fixa para você ganhar muito mais

SÃO PAULO – O investimento em renda fixa compensou mais do que nunca em 2015. Com os juros em patamares maiores, ficou relativamente fácil para que o investidor conseguisse boas taxas de investimentos. Contudo, como garantir mais rentabilidade ainda ao aplicar em um CDB (Certificado de Depósito Bancário), LCI (Letra de Crédito Imobiliário), LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) ou em um Fundo DI? O InfoMoney conversou com profissionais do mercado para descobrir alguns “macetes” que permitem lucrar muito mais na renda fixa.

1 – Títulos prefixados com liquidez são marcados a mercado
Se você vender seu título antes do vencimento, pode perder ou ganhar mais de acordo com o preço atual do título, que vai depender das oscilações das taxas de juros. “Diferente do que muitos imaginam, dentro do universo de renda fixa existem ativo que podem gerar uma remuneração muito maior que a esperada, dar prejuízo ou ficar no zero a zero. Para não ser surpreendido negativamente ou até ganhar mais que o esperado o investidor deve ficar atento ao comportamento da expectativa da taxa de juros, também conhecida como juros futuro”, afirma Ezequiel Karling, da Moinhos Investimentos.

“Tudo depende da situação de mercado no momento no qual o investidor comprou o ativo e o quanto ela (a situação de mercado) variou no momento em que quiser vendê-lo (o ativo), no caso de uma venda antecipada, aquela antes do vencimento. O ideal é tentar comprar este tipo de ativo no final de um ciclo de alta da taxa de juros, assim se “trava” uma taxa alta enquanto a taxa de mercado vem caindo”, continua Nathaniel Bloomfield, da Confiança Investimentos.

2 – Se você for investir em LCI, LCA e CDB, deve se atentar para o limite de cobertura do FGC
O FGC (Fundo Garantidor de Crédito) é um mecanismo de segurança para o investidor que garante proteção de R$ 250 mil por instituição financeira. Se o investidor tiver mais do que isso para aplicar, o ideal é distribuir entre instituições diferentes e não investir mais do que este valor em cada uma delas.

“O FGC paga até o valor de R$ 250 mil considerando principal mais juros. Então antes de fazer a alocação temos que prestar atenção no vencimento da operação. Pois se o investidor aplicar R$ 250 mil hoje e a Instituição Financeira ‘quebra’, o investidor será remunerado apenas do principal, pois os juros extrapolaram o limite do FGC”, explica Licelys Marques, da Praisce Capital.

3 – Para saber qual taxa vale mais a pena, entre CDB e LCI/LCI, basta fazer o seguinte cálculo
Enquanto as LCI e as LCA são isentas da cobrança do imposto de renda, os CDB não são. No entanto, como saber qual é a melhor opção? Nathaniel Bloomfield elabora a seguinte fórmula para saber a rentabilidade líquida de um CDB:

Rentabilidade líquida = Rentabilidade bruta * ( 1 – (alíquota/100) )

Exemplo:

Um CDB que renda 100% do CDI e tenha carência e vencimento entre um e dois anos, logo terá uma alíquota de IR de 17,5%, equivale a uma LCI ou LCA que renda 82,5% do CDI.

Rentabilidade bruta do CDB – 100% do CDI

Alíquota de IR – 17,5%

Rentabilidade líquida = 100 * ( 1 – (17,5/100)) = 100 * ( 1 – 0,175) = 100 * 0,825 = 82,5

Rentabilidade líquida – 82,5% do CDI

Caso o investidor tenha dificuldade ou não queira fazer a conta, ele pode pedir ajuda para seu assessor de investimentos na hora de escolher em qual título investir.

4 – Manter sempre uma reserva de segurança
“Manter sempre uma reserva de segurança que esteja disponível na sua conta de giro com liquidez imediata, mesmo que tenha que abrir mão de um pouco de rentabilidade. Um dia de juros no cheque especial pode representar alguns meses de rentabilidade na renda fixa”, aconselha Alexandre Amorim, sócio da consultoria de investimento Par Mais. O quanto deixar nessa reserva depende da situação de cada pessoa, mas cerca de seis meses de despesas pagas costuma ser o mínimo recomendado.

5 – Fundos DI devem ter taxa de administração de no máximo 0,5% ao ano
Os fundos DI são uma excelente opção de investimento para quem quer estar atrelado à taxa de juros. No entanto, um fundo com taxas altas não compensa, sendo mais atrativo, nesse caso, encontrar um CDB com taxa equivalente.

Alexandre Amorim explica que, para se obter boas taxas de renda fixa em fundos DI, normalmente é necessário um investimento mínimo inicial. “Um fundo com taxa de 0,5% costuma exigir aportes entre R$ 100 mil e R$ 200 mil. Por outro lado o valor mínimo de permanência costuma ser baixo. Portanto, sempre que tiver algum valor disponível na conta, aplique no fundo com menor taxa de administração – no dia seguinte você pode resgatar parte do valor e distribuir as aplicações, mas permanece em um bom fundo com menos capital”, explica.

Leia também:

Você investe pelo banco? Curso gratuito mostra como até dobrar o retorno de suas aplicações

Baixe um pacote de planilhas financeiras gratuitas

Descubra qual é a aplicação financeira de risco baixo mais rentável

Milhões de brasileiros investem errado em previdência; é o seu caso?

Imóvel é sempre bom negócio? Teste mostra que alugar é melhor

Seu carro facilmente lhe custa R$ 2.500 por mês. Duvida?

Qual é o melhor CDB: pré, pós ou indexado à inflação? Planilha mostra

Planeja investir no Tesouro Direto? Ebook gratuito mostra o caminho

Quer saber se você está investindo bem? Faça uma simulação

Quanto custa realizar cada um de seus sonhos? Descubra