Veja bons motivos para você sair da poupança e investir em LCI e LCA

 Texto de Diana Gomes Teixeira da Silva, planejadora financeira pessoal com certificação CFP®(Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros. 

Muitas pessoas concentram seus investimentos em poupança por considerarem que esta é a forma de investimento mais segura que existe. Entretanto, essa não é uma verdade absoluta, pois existem outras formas de investimentos tão seguras quanto a poupança e com rentabilidades maiores.

Como exemplos de outras formas de investimento tão seguras quanto a poupança, temos: LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), LCI (Letras de Crédito Imobiliário), CDB (Certificado de Depósito Bancário) DI e Fundos DI. O CDB e os Fundos DI têm incidência de Imposto de Renda sobre a rentabilidade, mas tanto a LCI quanto a LCA são isentas de IR assim como a poupança.

Vamos comparar a poupança com LCI e LCA, visto que ambos são, assim como a poupança, livres de Imposto de Renda. Vamos comparar o risco e a rentabilidade. Ao analisar o risco de um investimento, devemos analisar diferentes riscos: risco de crédito, risco de mercado e risco de liquidez.

O risco de crédito é o risco atrelado a possibilidade do emissor não arcar com seu compromisso. Seria um risco de “calote”. Nesse caso, seria o risco da Instituição Financeira não pagar o recurso no prazo e na taxa determinados. Nesse quesito, desde 1995, temos um importante participante que é o Fundo Garantidor de Crédito. O FGC é uma associação civil, sem fins lucrativos, destinada a administrar mecanismos de proteção a titulares de créditos contra instituições financeiras. O FGC cobre até R$ 250 mil por investidor, por Instituição ou Conglomerado Financeiro. Assim, tanto Poupança, LCA como LCI contam com a garantia de ate R$ 250 mil por IF. Ou seja, possuem a mesma garantia com relação ao risco de crédito, limitados a esse valor por Instituição, mesmo que estejam em Instituições Financeiras com diferentes riscos. E, quem possui valores maiores pode pulverizar seus investimentos em diferentes emissores. O site do BACEN disponibiliza uma sessão para maiores esclarecimentos sobre o FGC: http://www.bcb.gov.br/?FAQFGC.

O risco de mercado seria a possibilidade de oscilação dos valores, comumente visto no mercado de ações. Poupança, LCA e LCI não possuem oscilação negativa de preços e apresentam rentabilidades crescentes. E por fim, o risco de liquidez, que é a capacidade do ativo ser disponibilizado e transformado em moeda pelo seu valor devido. Nesse caso, deve-se observar qual a carência da LCA ou LCI contratadas, visto que elas podem ter liquidez imediata ou não. As Letras com liquidez imediata costumam pagar menos do que as que possuem um prazo mínimo de carência.

Assim, em relação aos riscos, vimos que as três modalidades de investimento têm características muito parecidas. Vamos então comparar a rentabilidade. A poupança rende 0,5% a.m mais taxa referencial (quando a taxa SELIC estiver acima de 8,5%a.a – regra antiga) ou 70% da taxa Selic quando esta for igual ou inferior a 8,5%a.a (regra nova). Considerando que a TR acumulado no ano está em cerca de 0,86%, o rendimento da poupança está cerca de 7%a.a.

Os investimentos de LCA e LCI são atreladas ao CDI. Como viemos de um ciclo de alta de juros na economia, a taxa de CDI acumulada está em 10,62% nos últimos 12 meses. Entretanto, olhando para frente, essa taxa tende a ficar mais elevada, já que estamos com uma SELIC meta atual de 11,75%a.a. e com perspectivas de elevação. LCI e LCA podem ser acessíveis a partir de valores de mil reais e pagam um percentual do CDI. Quanto maior o volume financeiro, ou maior risco de crédito do emissor, maior será a rentabilidade. Vamos a um exemplo prático? Consideremos uma aplicação de R$ 100.000,00 por um ano, com um CDI de 11,75%a.a e uma LCI que pague 98% do CDI.

Na poupança, o investidor teria uma rentabilidade de R$ 7.000. Já na LCI do exemplo seria uma rentabilidade de R$ 11.515,00. Nesse exemplo, a LCI renderia R$ 4.515,00 a mais, ou uma rentabilidade 64,5% a mais. Isso em um período apenas de um ano. Com prazos maiores essa diferença fica ainda maior.

Então porque tantas pessoas investem na poupança? Muitas por falta de conhecimento, outras por terem disponibilidades de valores menores para investir ou outras ainda por uma questão cultural, visto que é a forma de investimento mais conhecida pelos brasileiros. Entretanto, é muito importante que o investidor se informe antes de investir e busque sempre as melhores relações de risco/retorno em seus investimentos.

 O texto reflete as opiniões da autora. O Infomoney não se responsabiliza pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Gostou das explicações?  Tem mais dúvidas sobre investimentos e planejamento financeiro? Entre em contato com a Diana: dianagomesteixeira84@gmail.com