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SÃO PAULO – Cansado da baixa rentabilidade da poupança e outros investimentos feitos pelo Banco do Brasil, Fernando Pereira*, mineiro de Belo Horizonte, que já havia juntado um bom dinheiro, resolveu procurar um investimento com o mesmo baixo risco, mas com uma taxa de retorno maior, para aplicar seu capital. Assim, Pereira, devido à confiabilidade no Tesouro e nos demais órgãos fiscalizadores, decidiu começar a investir em título públicos do Tesouro Direto.
Em agosto de 2014, o homem, animado com seu novo objetivo, entrou no site do Tesouro e identificou várias corretoras que não tinham taxa de cobrança, entre elas, a Corval, de BH, que tratava-se de uma corretora com 46 anos de existência.
A partir disso, Pereira fez o cadastro e transferiu seus recursos, no dia 15 de agosto de 2014, para a conta da corretora. Foram R$ 267 mil, economia de vários anos de trabalho assalariado muito suado.
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15 dias depois, ele recebeu o contato da Corretora informando que a custódia do Tesouro estaria cobrando 0,3% como taxa de administração e solicitando a transferência para a Selic, com a mesma segurança, onde também poderia acompanhar seu extrato. Baseado na crença da efetiva fiscalização do Tesouro, Banco Central e BM&F, além dos 46 anos de existência da corretora, concordou com a transferência e, nesta hora, começou o seu pesadelo.
No dia 9 de setembro, Pereira cobrou da Corval informações sobre o processo para o extrato do Tesouro dos títulos retirados da custódia e, no dia seguinte, recebeu o e-mail da livecapital@livecapital.com que é da HPN, informando o processo para identificar o extrato destes títulos dentro deste site. Após a decretação da Liquidação extrajudicial, Pereira soube, pelo liquidante, que esta informação não tinha nenhum valor, sendo este um meio falso.
A partir da decretação da Liquidação, ele contatou o liquidante sobre o andamento do processo, cujo prazo informado pelo Tesouro foi de 60 dias e as informações dele foram estas:
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1 – Em sua longa experiência em liquidação de instituição financeira, nunca tinha constatado operações tão simples de desvios de recursos, como o praticado pela Corval. A fragilidade do sistema, falta de monitoramento das práticas adotadas pela Corval, aliado ao longo curso dos processos administrativos e judiciais, pode ser um caminho para muitos oportunistas se aventurarem no mercado financeiro com estas práticas. Há necessidade de urgentes mecanismos para evitar estas fraudes.
2 – Foram praticados vários desvios com o recebimento de recursos para aplicações em muitos produtos financeiros e não aplicados, dividendos de clientes, operações de venda a descoberto e etc., sem o conhecimento dos clientes.
3 – A corretora tinha 3.800 clientes, dos quais muitos são de origem e vida simples da região serrana do Rio de Janeiro e confiando na instituição (a mim parece ser a HPN), não receberam o e-mail do liquidante para transferência de custódia, porque esta tinha cadastrado o e-mail e senha do cliente, sem o mesmo saber.
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4 – Em títulos do Tesouro, o desvio de recursos para a SELIC foram de 110 clientes no valor aproximado de R$10 milhões.
5 – O trabalho do liquidante será de fazer o inventário de toda movimentação da Corval e chegar ao prejuízo da Corretora, e dos processos seguintes para os credores, que todos sabemos que nunca acaba no Brasil.
6 – Esta semana seria iniciado o inquérito do Banco Central para o Relatório final (prazo de 90 dias) e oferecer denúncia ao Ministério Público Federal.
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7 – A partir de janeiro/2014, a Corval passou a “pedalar” as operações de uma forma agressiva. No ano passado fazia de uma forma moderada.
8 – Não foi identificado nenhum documento assinado pelo Luís Rodrigo Esteves de Souza (sinal de muita esperteza).
9 – O Controlador Orlando Gomes tem patrimônio que cobre com folga os prejuízos da Corval, mas não tem sido proativo na solução.
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Em relação às demais informações sobre o caso, Fernando Pereira informou que:
1 – O Luis Rodrigo Esteves de Souza, em setembro de 2013 foi apresentado como comprador da Corval, o que não foi aceito pelo Banco Central.
2 – Em seguida o Controlador, Orlando Gomes, passou uma procuração para o Luis Rodrigo Esteves de Souza responder pela Corretora.
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3 – A Corval é réu em processo na 19ª Vara Cível de Belo Horizonte desde junho/14, por desvios de recursos para pagamento a exportador (vide anexo) – Por que os órgãos fiscalizadores não checaram estas informações quando surgiram na justiça?
4- Pesquisando na internet, identifica-se Luis Rodrigo Esteves de Souza com um histórico extenso de réu em processos judiciais em vários tribunais pelo Brasil.
5- Pesquisando na internet, identifiquei que Luis Rodrigo Esteves de Souza tem dois CPFs.
6- Após 3 dias da decretação da Liquidação extrajudicial pelo Banco Central, Luis Rodrigo Esteves de Souza, conseguiu anular a indisponibilidade de bens do comunicado desta Liquidação.
7- Luiz Rodrigo tem entre seus bens uma lancha de alto valor ancorado no litoral de Recife e um helicóptero enviado recentemente a São Paulo para venda.
8- Não tem sido encontrado pelos diversos telefones passados aos jornalistas.
9- Procurei o MPF para buscar informações sobre a minha denúncia, este informou que devo preparar o dossiê e entregar ao MPF, mas o Banco Central deve fazer para ter maior poder de pressão.
10 – No link (clique aqui) confirmei a informação do liquidante com relação a uma aplicação de 2,2 milhões e encontrado apenas R$110 mil na sua conta.
*O nome Fernando Pereira é fictício, para preservar a identidade do personagem, que está processando a corretora judicialmente