Como escolher os melhores títulos para ganhar no tesouro direto

Segundo o especialista do IBCPF, o mais indicado quando se compra uma LFT, NTN-B ou NTN-F é ficar com o título até o vencimento

Equipe InfoMoney

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Texto de Gustavo Nobre Tapajós, planejador financeiro pessoal com certificação CFP®(Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros. Gustavo é agente autônomo de investimentos na Ação Investimentos.

O primeiro passo para investir no tesouro direto é entender a diferença entre os títulos que estão disponíveis no mercado. A plataforma online do tesouro nacional oferece a compra e a venda dos títulos públicos por pessoas físicas na modalidade pré-fixados, onde já conhecemos a taxa de retorno na hora da compra do título, pós-fixados, que são títulos atrelados a taxa selic e suas variações e o híbrido de pré e pós, com uma parte da remuneração pré-fixada e a outra atrelada a inflação.

Os títulos pré-fixados são recomendados para quem acredita na queda das taxas de juros e da inflação, as LTNs (Letras do Tesouro Nacional) e as NTN-F (Notas do tesouro Nacional- Série F) são as opções. Em ambas as taxas de retorno já são conhecidas no momento da aquisição do título e são bem próximas da taxa Selic, a grande diferença é que a LTN possui um fluxo simples, ou seja, o investidor recebe o principal mais os juros no final da aplicação. Já na NTN-F o investidor recebe os juros amortizados semestralmente e o principal no final, trazendo maior liquidez ao investimento.

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Nos títulos pós-fixados, o mais conhecido é a LFT (Letra financeira do tesouro) e é atrelado a taxa SELIC, nesse tipo de investimento, a remuneração acompanha a variação da taxa de juros no país e o retorno do investimento só é conhecido no vencimento do título, com o principal mais os juros sendo pagos apenas no final.

Já na categoria híbrida de pré e pós, o título mais conhecido é a NTN-B (Nota do Tesouro Nacional – SérieB), que pode ser principal ou não, sendo que a diferença é no método do pagamento dos juros, na principal o recebimento dos juros e do principal é no vencimento (indicados para investimentos de médio e longo prazo). A remuneração da NTN-B é atrelada ao IPCA (inflação) mais uma taxa de juros acordada na aquisição do título.

O tesouro direto oferece a garantia do governo e liquidez, pois é negociado toda quarta-feira, porém possui alguns riscos de perda do principal, os mesmos acontecem em títulos pré-fixados ou atrelados a inflação, caso o investidor queira se desfazer de forma antecipada do título. Como a taxa é pré-fixada no momento da compra, uma eventual alta da taxa Selic não será acompanhada por essa taxa pré acordada e o título passa a valer menos, caso a taxa Selic sofra uma desvalorização, o título passa a valer mais naquele determinado momento.

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O mesmo acontece com as NTN-B (atrelados a inflação), hoje conseguimos comprar um título IPCA+6,5% e, levando até o vencimento, teremos um excelente retorno. Porém, caso a taxa de juros continue subindo, o valor para novas compras ficará mais atraente e esse título comprado anteriormente será penalizado.

Portanto, o mais indicado quando se compra uma LFT, NTN-B ou NTN-F é ficar com o título até o vencimento.

No atual cenário da economia brasileira, de manutenção de inflação elevada, em torno de 6% e taxa de juros pressionada, investir em títulos pré-fixados (LTNs) se torna perigoso. Por mais que as taxas estejam bastante atrativas, aguardar por taxas melhores seria a melhor opção. As NTN-Bs e as LFTs seguem sendo mais vantajosos. As NTNBs de curto prazo, por serem menos voláteis, devem entrar na carteira com 30% do total e uma menor parte nas NTNBs de longo prazo, em torno de 10%. Já as LFTs, com a expectativa de juros futuros em alta para 2015, devem ter um peso maior na carteira, de 60%.

É muito simples investir no tesouro direto, o investidor precisa se cadastrar em alguma instituição financeira que esteja habilitada, após o envio dos documentos ele receberá uma senha de acesso a área do tesouro, onde são realizadas as consultas de extratos e compra e venda de títulos, que podem ser feitas através do próprio site da instituição.

Os custos que incidem na compra dos títulos são os seguintes: Taxa de custódia BMF/Bovespa (0,3% a.a.), Taxa cobrada pela instituição financeira (taxa variável ajustada com o investidor), IOF (para resgates da aplicação em menos de 30 dias do investimento) e Imposto de Renda sobre o lucro (alíquota regressiva entre 22,5% e 15%).

O texto reflete as opiniões do autor. O Infomoney não se responsabiliza pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.