Consultor de vendas que se livrou das dívidas explica a diferença entre você e os ricos

Ben Zruel, consultor independente da Herbalife, explica que a diferença não se encontra somente na conta bancária

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Quem já esteve endividado sabe da dificuldade para organizar as finanças com diversas contas para pagar, dívidas e gastos diários necessários para sobreviver. Ben Zruel pode falar sobre isso, afinal, ele já foi “à falência” duas vezes e conseguiu dar a volta por cima, se tornando financeiramente independente em 2009.

Nascido na cidade de Jerusalém, Ben prestou o serviço militar obrigatório por três anos, estendendo o período por mais dois anos e alcançando o cargo de oficial do exército em uma unidade especial. Em 1999, desiludido com a vida militar e seduzido por um anúncio de emprego, decidiu agarrar a oportunidade e vir para o Brasil, deixando para trás família, amigos e sua casa por um país em que não conhecia nada nem ninguém, além de não falar o idioma. “Quando cheguei no Brasil descobri que praticamente ninguém falava inglês”, lembra.

Os primeiros dois anos foram bem difíceis para Ben, que foi à falência duas vezes, ou seja, ficou sem dinheiro e com todas as contas atrasadas. A posição inicial em que atuava não pagava muito e o pouco que recebia, nunca sobrava. “Nos primeiros dois anos eu só tomava shake e comia pão com manteiga”, relata. Foi quando decidiu estudar planejamento financeiro para aprender como organizar suas finanças e sair do buraco. Hoje atua também como coach financeiro.

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Com forte sotaque, mas ótimo português, Ben explica que o segredo para a independência financeira não está na quantidade de dinheiro que a pessoa ganha, mas na mentalidade que ela possui e na forma como administra as finanças. “Você precisa ter os princípios certos”, afirma.

De acordo com o consultor de vendas, a classe social e a mentalidade do indivíduo estão diretamente relacionadas, já que cada semento da sociedade se preocupa com determinado fator ao administrar suas finanças. Ben explica que o foco das pessoas com menor poder aquisitivo está na sobrevivência, o que resulta somente em um planejamento diário com o propósito único de pagar todas as contas até o final da semana.

Seguindo este pensamento, a classe média possui como foco principal o conforto e o status. Estes, por sua vez, encontrariam respaldo em um bom emprego que garanta dinheiro para comprarem as coisas que desejam. Na opinião do executivo, a classe média possui um falso padrão de vida, pois acredita que o importante é ter, mesmo que isso dependa de longos financiamentos. “As pessoas vivem na certeza de que quando subirem na vida as coisas vão melhorar, mas elas gastam tudo o que ganham e culpam o alto custo de vida, ignorando o principal problema que é a própria filosofia”, diz. E completa: “Esses financiamentos transformam você em escravo do dinheiro para o resto da sua vida”.

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Ben reforça que na classe média todo o progresso está baseado na entrada mensal de dinheiro, e que se algo der errado no meio do caminho, como a pessoa perder o emprego, por exemplo, o pagamento das dívidas pode ser ainda mais prolongado.

Já no caso dos ricos, o foco encontra-se na liberdade, permitindo o proveito da estabilidade financeira para fazer o que e quando quiserem. Assim como a classe média, os ricos também possuem conforto, mas este encontra-se em um nível superior e surge como uma consequência. “Quando você corre atrás de liberdade, você ganha conforto”, diz. Ele explica que enquanto o rico tem poder de escolha com relação às suas atividades, o indivíduo da classe média acorda com horário e só volta para casa no final do expediente.

Segundo Ben, a mentalidade dos ricos está baseada em viver com menos do que ganham. Neste caso, o dinheiro que não foi gasto deve ser investido em ativos que rendam mais, de forma a construir uma fonte extra de renda e garantir um fluxo maior de capital no mês seguinte. “A liberdade financeira vem quando a entrada mensal de ativos (renda passiva) não depende do seu trabalho e, mesmo assim, é maior do que o seu padrão de vida”.

O coach financeiro aponta que uma alternativa para evitar gastos desnecessários é corrigir o padrão de vida, o que inclui cortar gastos gerais e supérfluos. Se mesmo assim a dívida persistir, será uma prova de que você está vivendo em um padrão de vida inadequado à sua situação, e serão necessários ajustes mais drásticos para melhorar seu cenário econômico, como mudar de bairro, trocar o carro novo por um mais barato, entre outros.