Aposentadoria é uma das maiores preocupações do maior gestor do mundo

O presidente da BlackRock ressaltou a importância de começar a investir o quanto antes

Diego Lazzaris Borges

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CAMPOS DO JORDÃO * – A falta de planejamento para a aposentadoria “tira o sono” de Robert Kapito, presidente da BlackRock, a maior gestora de recursos do mundo, com US$ 4,72 trilhões de ativos sob gestão. “Essa é uma das maiores preocupações que tenho no mundo hoje”, afirmou durante o Congresso Internacional do Mercado Financeiro e de Capitais da BM&FBovespa, em Campos do Jordão.

Kapito disse que o número de pessoas que juntou mais de US$ 25 mil para a aposentadoria é muito baixo e que elas devem ter grandes problemas no futuro. “Essas pessoas vão viver mais tempo. E sem dinheiro para se aposentar, elas terão que continuar trabalhando, o que causa um problema para os jovens, pois tira o emprego deles”, afirmou. O executivo lembrou que este problema já começa a acontecer em alguns países da Europa. “Lá há muitos jovens desempregados”, destacou.

O presidente da BlackRock ressaltou a importância de começar a investir o quanto antes, para que o dinheiro tenha mais tempo para render. “Não pode deixar para pensar nisso só quando estiver perto da aposentadoria”, aconselhou.

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Outras preocupações
Questionado sobre quais eram os principais riscos sistêmicos que o preocupavam, Kapito afirmou que um deles era a questão da regulamentação dos mercados. “Risco de regulamentação é algo que não podemos prever. Mas temos que nos envolver porque somos fiduciários dos clientes (se referindo à indústria de asset management). No final das contas, todos teremos que aceitar as regulamentações que forem impostas”, destacou.

Outra grande preocupação de Kapito diz respeito ao preço das commodities, que afetam praticamente todos os setores da economia. “A Volatilidade das commodities abre oportunidades para os compradores, que podem adquirir a preços mais baixos. No entanto, as empresas que vendem as commodities são muito afetadas, caso de várias companhias da América Latina”, afirmou.

Rating
Em relação ao possível rebaixamento do rating (classificação de risco) do Brasil, Kapito lembrou que muitos investidores internacionais teriam de deixar de aplicar seus recursos aqui por conta das diretrizes dos fundos (muitos fundos só aceitam aplicações em países que possuem o grau de investimento). “As diretrizes não permitem investir se o rating abaixar até certo ponto. Essas diretrizes podem afetar muito o fluxo de investimentos para o país”, afirmou.

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Ele disse estar otimista, mas afirmou que é preciso que o país faça um grande esforço para que o grau de investimento seja mantido. “Queremos continuar investindo no Brasil para nossos clientes”, disse.

* O jornalista viajou a convite da BM&FBovespa

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip