3 principais pontos que quem quer se aposentar no exterior deve ficar atento

A tributação é um dos pontos importantes, segundo a planejadora financeira Lavínia Martins

Leonardo Pires Uller

Publicidade

SÃO PAULO – Se aposentar cedo, com conforto e com dinheiro sobrando parecem não ser mais os únicos sonhos dos investidores brasileiros. Um desejo cada vez mais comum entre quem se planeja para a aposentadoria é o de buscar maior qualidade de vida em outros países mais desenvolvidos que o Brasil, especialmente os EUA. No entanto, como se preparar adequadamente para realizar esse sonho?

Lavínia Martins, CFP, planejadora financeira certificada pelo IBCPF, explica quais são os três principais pontos que o investidor deve observar atentamente na hora de se programar para mudar de país.

1 – Tributação
São duas as principais tributações para quem quer enviar uma remessa de dinheiro para o exterior. A primeira é o IOF (imposto sobre operações financeiras), cuja alíquota sobre câmbio para envio de dinheiro para o exterior é de 0,38%.

GRATUITO

CNPJ DE FIIS E AÇÕES

Para informar FIIs e ações no IR 2024 é preciso incluir o CNPJ do administrador; baixe a lista completa para facilitar a sua declaração

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

A outra tributação é o Imposto de Renda. Caso a pessoa more no Brasil mas já esteja no processo de enviar suas remessas para o exterior e invista no outro país, para cada movimentação  que o investidor faça em seus investimentos serão recolhidos 15%.

Além disso, há ainda a preocupação com a tributação no país em que se investe. Lavínia explica que existem países, como os EUA, onde o investidor não-residente é isento de tributação. “Ele precisa preencher o formulário W8 e apresentar documentos comprovando a residência no Brasil, isso serve para o período de acumulação se a pessoa optar por fazer remessas anuais para ter um câmbio médio”, explica a planejadora sobre o caso de investimento nos EUA.

2 – Câmbio
Outra preocupação de quem pensa em se aposentar e morar no exterior é o câmbio. No entanto, como controlar algo com tanta volatilidade como o câmbio? Lavínia Martins explica que, em um cenário de investimento tão longo quanto é o da aposentadoria, realmente o câmbio acaba sendo um fator muito importante e imprevisível.

Continua depois da publicidade

“O melhor a se fazer nesse caso é enviar a remessa várias vezes. O período de envio depende de investidor para investidor, pode ser a cada seis meses ou uma vez por ano”, diz a planejadora financeira. Dessa forma, são evitadas surpresas na hora de se mudar para o exterior.  Outro conselho da planejadora, para evitar surpresas com o câmbio, mas também não sofrer muito com a tributação sobre investimentos no exterior, é manter uma parcela dos investimentos no Brasil e enviá-los depois.

3 – Conhecimento do mercado
Mais um ponto muito importante que Lavínia destaca para quem investe pensando em se aposentar no exterior é o nível de conhecimento que a pessoa possui sobre o mercado financeiro, tanto o mercado do país que vive, quanto o que se planeja para viver.

A planejadora financeira lança a questão: “qual é o conhecimento que o investidor tem do mercado financeiro? Se ele for alto, compensa fazer o investimento no produto diretamente, seja uma ação ou um título público. No entanto, se ele não tiver muito tempo livre para estudar ou vontade de conhecer mais, o melhor é investir em fundos e delegar essa função para o gestor”, finaliza a especialista.