Pior janeiro da história da poupança é fruto da baixa rentabilidade, dizem especialistas

As atuais taxas de juros fazem com que outros investimentos sejam muito mais atrativos que a poupança

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – O Banco Central divulgou ontem (5) o pior resultado mensal de captação da poupança desde o início da série histórica em 1995. A captação líquida (diferença entre depósitos e saques) ficou negativa em R$ 5,28 bilhões no primeiro mês de 2015, resultado de saques de R$ 152,9 bilhões e depósitos de R$ 147,4 bilhões. Seria esse um sinal de que a população brasileira está procurando investimentos com rentabilidade mais atrativa? Ou é apenas reflexo de pagamento de dívidas contraídas no final do ano passado?

Para Fábio Gallo, professor de finanças da PUC-SP, o resultado registrado é uma combinação de ambos os fatores, mas com maior tendência para os investimentos. “A taxa de juros está muito alta no Brasil e deixa escancarada a diferença de rentabilidade em investimentos de renda fixa contra a poupança”, afirma.

No entanto, o especialista ressalta que com a inflação chegando próxima dos 7% ao ano e as taxas de juros ao consumidor mais alto, obviamente as pessoas acabam tendo menos dinheiro sobrando para aplicar na poupança.

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O sócio fundador da empresa de educação financeira Mais Ativos, Álvaro Modernell também segue a mesma linha de pensamento.  Para ele, a Selic em alta nos últimos meses deixa outras aplicações que não a poupança mais atrativas e faz as pessoas buscarem outras oportunidades.

Álvaro Modernell também comenta o atual quadro inflacionário e acende uma luz amarela: “a inflação realmente cresceu e isso aperta o orçamento mensal das pessoas. Se isso continuar acontecendo nos próximos meses, pode ser uma tendência preocupante”, aponta.