Os melhores investimentos para você ganhar acima da inflação

Se você comprar hoje, por exemplo, uma NTN-B Principal, com vencimento em 2035, receberá inflação mais 5,5% a.a, aponta planejador financeiro

Equipe InfoMoney

Publicidade

 Texto de Tiago e Silva Couto, planejador financeiro pessoal com certificação CFP®(Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros. Tiago é advogado e economista, sócio da Bahia Partners Agentes Autônomos de Investimentos.

O tema dessa semana não poderia chegar em melhor hora. Estamos passando por um momento de dúvida e incerteza, causado por dois fatores: político e econômico. Do ponto de vista político, com a indefinição de quem será o próximo chefe do executivo, ou melhor, no atual português, “chefa” do executivo (desculpem, não resisti ao tom jocoso), existe a discussão envolvendo a condução da política monetária que guiará o país nos próximos quatro anos. Do ponto de vista econômico, um tema que esteve na pauta e, nos últimos meses ficou esquecido é a retirada dos estímulos monetários nos Estados Unidos e sua eventual subida de juros.

Sem me envolver na questão partidária, o que percebemos é que existe uma relutância em aceitar novos aumentos da taxa de juros básica no Brasil com o propósito de combater a inflação, de ambos os lados. A grande questão sobre isso é, caso nenhuma das duas candidatas aceite o aperto monetário como solução, teremos sim um período de inflação mais prolongado e, provavelmente, acima do teto da meta, de acordo com o próprio Banco Central. O mercado financeiro, quando vislumbra esse provável cenário, começa a pedir mais prêmio para os títulos brasileiros e, com isso, ocorre a abertura das taxas de juros como um todo.

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

CDB 230% do CDI

Destrave o seu acesso ao investimento que rende mais que o dobro da poupança e ganhe um presente exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Nesse ponto surge a questão: será que ainda vale a pena comprar um título de inflação, seja soberano, seja corporativo, no final da ladeira, quando já estão com mais de 25% de ganho somente em 2014 e 7% no último mês, com taxas próximas a inflação + 5,5% por exemplo? Eu, particularmente, não tomaria esse risco nesse exato momento.

Se você comprar hoje, por exemplo, uma NTN-B Principal, com vencimento em 2035, receberá inflação mais 5,5% a.a. O problema desse título, ou de qualquer outro indexado a inflação, com prazo mais longo, atualmente, é se houver uma percepção maior de aversão ao risco e os prêmios subirem para IPCA+7%, os títulos com prazos mais longos, sofrerão uma queda significativa e, se você precisar sair desse título perderá bastante.

Aí fica a dúvida, vale a pena esperar o que vai ocorrer no CDI? A resposta depende de seu perfil de risco. Prefiro ficar no CDI, recebendo 100% CDI isento de IR, e aguardar o momento para entrar em tais títulos quando tais taxas subirem para os patamares do início deste ano. Ou, se você for impaciente, compre uma letra cambial que vai lhe render 14% a.a. pré-fixado, com prazo de 3 anos. Se pensarmos em inflação de 6% a.a., você terá ainda 8% de juro real. Lembro que Letra Cambial tem FGC.

Continua depois da publicidade

Quando pensamos em renda fixa, temos que analisar qual o risco do emissor. No caso do Brasil, eu acho que IPCA+5,5%, diante das atuais circunstâncias é um prêmio baixo para o risco potencial. Estarei atento e vigilante, se de fato houver essa piora do cenário, e o mercado cobrar mais prêmios para os títulos brasileiros, e as taxas subirem, aí sim vale a pena comprar as NTN-B longas com taxas superiores a IPCA+7%, ou entrar em outros títulos disponíveis no mercado, como as debentures incentivadas, que são isentas de IR, ou até mesmo os CRIs, por exemplo.

Elaborei dois gráficos para ilustrar o que estamos acompanhando em relação aos títulos de inflação. O investidor que comprou no início de 2013 um título de renda fixa (NTN-B 2035), com o propósito de se defender contra a inflação, ainda está perdendo 11%, caso saia do ativo hoje, 20 meses depois. Resta claro que, investimento para ganhar além da inflação, NTN-B, no caso, não teve o efeito desejado, aliás, o título saiu pela culatra – desculpem o trocadilho…

Dessa maneira, não basta apenas fechar o olho e pensar, estou comprando um título que vai me render inflação + juros. É preciso entender que há volatilidade nesses ativos, em razão da sua categoria, não importa se o emissor é o Brasil ou uma grande companhia. Dessa forma, hoje, de acordo com o atual cenário, infelizmente, não posso sugerir um ativo que eu não compraria. Sugiro sim, entrar num investimento que seja atrelado ao CDI, ou que seja pré-fixado e que a taxa de juro real projetada seja superior a 8%, e eventualmente, quando houver o mesmo movimento de aumento dos prêmios, e as taxas atingirem patamares mais próximas a 7% + inflação, aí sim, vale a pena migrar para tais ativos.

Quando isso ocorrer novamente, prometo que venho aqui e falo sobre as opções disponíveis no mercado.

Ps: Como tenho recebido muitas perguntas sobre os títulos que comento, segue a lista de hoje:

1 – Letra Cambial emissor OMNI, vencimento 28/8/2017, taxa 14% pré. Mínimo R$ 10.000,00

2 – Letra Cambial emissor DACASa, vencimento 16/1/2016, taxa 130% CDI pós. Mínimo R$ 15.000,00.

3 – CDB Banco Bonsucesso, prazo 6 meses, taxa 120% CDI pós. Mínimo R$ 5.000,00. Esse está acabando (afinal, é um dos melhores para o atual cenário), deve ficar disponível por no máximo mais uma semana ou duas.

4 – LFT – vai lhe render SELIC, compras pelo Tesouro Direto.

O texto reflete as opiniões do autor. O Infomoney não se responsabiliza pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Gostou das explicações? Tem mais dúvidas sobre investimentos e planejamento financeiro? Mande um e-mail para o Tiago: tiago@bahiapartners.com.br